Desde janeiro de 2016, 49.282 juiz-foranos foram demitidos, enquanto 46.913 foram contratados com carteira assinada. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados nesta quinta-feira (29). De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o saldo negativo de 2.369 empregos (-1,73% de variação) entre janeiro e novembro seguem movimento nacional.
Apenas em novembro, por exemplo, 3.920 pessoas foram mandadas embora na cidade, enquanto 3.759 foram realocadas no mercado de trabalho. O fator chama atenção, justamente porque o mês deveria ser de alta nas contratações, por causa do período natalino e de final de ano. No entanto, em Minas Gerais, apenas 29 dos 110 municípios com mais de 30 mil habitantes registraram aumento no número de vagas no período.
O resultado é ruim para os mineiros, mas não tanto quanto em novembro de 2015. Na ocasião, em todo o estado, o saldo também era negativo, mas em mais de 18 mil empregos. Segundo os dados atuais, a perda foi de 11.402 postos de trabalho.
A última vez que Minas Gerais teve saldo positivo no número de contratações foi em 2011, quando mais de 5.800 vagas foram criadas a mais que demissões. Desde 2003, a pior situação foi verificada em novembro de 2008, quando o saldo negativo ultrapassou 33 mil.
Para o economista Fernando Agra, a queda do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 e a previsão de outra queda em 2016 influenciaram no desemprego regional.
“O desenho é esse, a diminuição da produção agravou o índice de desemprego. Para este ano, não dá para esperar nada, embora as contratações temporárias possam elevar as contratações em dezembro”, afirmou.
Para ele, uma melhora efetiva na geração de empregos e na economia como um todo só deve ser sentida daqui alguns meses. “Há uma perspectiva de que as coisas possam melhorar apenas a partir do segundo semestre de 2017, com as medidas anunciadas pelo governo federal. Isso pode dar algum fôlego na economia e melhorar essa questão do emprego”, disse.
O economista defendeu, no entanto, que as medidas anunciadas até agora não são suficientes para a recuperação completa do país. “São medidas importantes, mas o ideal mesmo seria uma reforma tributária, seja para Juiz de Fora ou para o Brasil. Como estamos bem ruins há vários meses, qualquer coisa é melhor”, concluiu.
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