Após a nomeação do nome do novo reitor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Valder Steffen Júnior concedeu entrevista ao MGTV e falou dos desafios que enfrentará à frente do cargo pelos próximos quatro anos de gestão. Um dos principais é a reintegração de posse no campus Glória. A Justiça Federal de Uberlândia determinou, neste mês, que a universidade deposite pouco mais de R$ 7,4 milhões para custear as despesas com a desocupação. Mas segundo o reitor eleito, a intenção é tentar ampliar o diálogo com os envolvidos e chegar a outro desfecho.
“Essa é uma situação que nos preocupa muito porque é um problema social dos mais graves. Aquela área está ocupada, pelo que soubemos, por entre 16 mil a 20 mil pessoas. São muitas famílias, crianças. Nós, da nova administração, pretendemos nos entender com o Ministério Público, Judiciário e autoridades em Brasília para ver se encontramos alguma alternativa. Seria muito penoso para a universidade e para a cidade de Uberlândia ter que assistir uma desocupação dessa proporção”, disse.
No início da semana, várias famílias assentadas do campus Glória ocuparam a reitoria da universidade e a sala de reuniões do Conselho Universitário (Consun) para manifestar contra a decisão judicial da 2ª Vara Federal da comarca de Uberlândia. Ao longo do ano, vários protestos foram feitos, inclusive em rodovias que cortam a região, pedindo uma resolução viável aos ocupantes que alegam que haverá resistência caso ocorra a desocupação.
Ocupação
A área de 63 hectares que fica às margens da BR-050 foi invadida no início de 2012 e conta com mais de duas mil moradias ocupadas por famílias do Movimento Sem Teto do Brasil (MSTB). A estrutura residencial improvisada tem numeração de casas, comércios instalados e área reservada a equipamentos públicos como escolas e unidade de saúde.
Em março deste ano, a Justiça Federal estabeleceu prazo de dez dias à UFU para o cumprimento da reintegração de posse. Foi a quinta vez, desde que a área foi invadida em 2012, que a Justiça determinou ordem de despejo. O prazo terminou no dia 11 de abril, porém a determinação não foi cumprida.
(Foto: MGTV/Repordução)
No dia 14 de abril, o vice-reitor no exercício do cargo de reitor da UFU, Eduardo Nunes Guimarães, recebeu representantes do Movimento Sem Teto do Brasil (MSTB) para tratar das ações que vinham sendo desenvolvidas para uma solução pacífica para a área pertencente à Universidade.
Já em maio, o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão publicou a autorização da doação da Fazenda Capim Branco para a Universidade Federal de Uberlândia. Diante disso, a UFU teria um prazo de cinco anos para regularizar a ocupação do campus Glória.
A UFU disse que aceitaria a troca de terreno desde que não houvesse prejuízo financeiro, já que o terreno ocupado no campus Glória custa cerca de R$ 65 milhões e a área doada vale em torno de R$ 58 milhões. No mês seguinte, a Justiça deu novo prazo para que a UFU se manifestasse sobre a troca dos terrenos.
No dia 13 de junho, o juiz federal José Humberto Ferreira determinou que a Polícia Federal (PF) apresentasse um planejamento estratégico para o cumprimento da ordem de reintegração de posse da área invadida no campus Glória.
Em julho, uma frente em defesa dos assentados do campus Glória foi criada em Uberlândia composta por várias entidades como Associação dos Docentes da Universidade Federal de Uberlândia (Adufu), Sindicato dos Trabalhadores Técnico Administrativos em Instituições Federais de Ensino Superior de Uberlândia (Sintet-UFU) e movimentos sociais.
Após a determinação judicial solicitando valor necessário para ser feita a reintegração, a universidade informou que o pagamento já havia sido aprovado pela União, porém a universidade aguardava a chegada do recurso para efetuar o depósito em conta judicial.
Posse reitor
A data da cerimônia oficial da posse do reitor eleito será na próxima terça-feira (27), na sede do Mistério da Educação (MEC), em Brasília.
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