terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Ex de delegado da PF rebate tese de suicídio da filha e diz que ele a matou

Maria do Carmo Rodrigues, mãe da Márcia, falou em coletiva à imprensa acompanhada dos advogados (Foto: Derek Gustavo/G1)Maria do Carmo Rodrigues, mãe da Márcia, falou em entrevista à imprensa acompanhada dos advogados (Foto: Derek Gustavo/G1)

Contrariando a tese de suicídio apresentado pela polícia, a família de Márcia Rodrigues acredita que ela foi morta pelo pai, o delegado aposentado da Polícia Federal Milton Omena Farias. Parentes e advogados da família reuniram a imprensa nesta terça-feira (31) para dar a versão deles sobre o caso.

"Acredito que ele matou a minha filha. Matou friamente. Um homem que era instrutor de tiro, me fazia botar um cigarro na boca e atirava pra tirar", disse a ex-esposa do delegado e mãe da Márcia, Maria do Carmo.

Ela foi achada sem vida na casa do pai em agosto do ano passado. A Polícia Civil de Alagoas concluiu que Márcia Rodrigues cometeu suicídio dando dois tiros em si mesma. Os advogados de Maria do Carmo dizem que vão pedir uma nova perícia.

Márcia Rodrigues atirou em si mesma duas vezes, segundo polícia (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Márcia Rodrigues não tinha depressão, diz família
(Foto: Reprodução/TV Gazeta)

O filho de Márcia e neto do delegado, Milton Omena Farias Neto, é suspeito de matar o avô no último dia 27. Ele foi preso em flagrante e confessou o crime e diz que o matou porque queria que o avô assumisse o assassinato da mãe. 

A família ainda ainda nega que Márcia estava em depressão e pensava em se matar.

"Ela era a pessoa mais positiva que o ser humano podia encontrar. Era algo bonito, lindo. Ela escreveu para o meu avô: 'Meu pai, eu te amo muito, mas você cometeu erros'. Não era uma nota de suicídio. Ela escreveu na manhã da morte", disse uma parente que pediu para não ser identificada.

O advogado Leonardo de Moraes afirma que é impossível que Márcia tenha cometido suicídio porque ninguém é capaz de se suicidar atirando quatro vezes, sendo dois tiros de teste e dois tiros usados para cometer o suicídio. Por isso, a defesa vai solicitar por uma nova perícia.

"Uma pessoa que não tinha antecedência de depressão. É uma tese impossível. Eles falam que o pai estava no carro. O condomínio está praticamente vazio. Quem estava mais longe ouviu os tiros, mas o pai não. O pai não sabia onde a arma estava, mas a Márcia sabia. Ela queria se reconciliar com o pai. Para uma pessoa que tinha todo um caminho, um futuro, uma pessoa que estava bem na carreira. Não existe possibilidade de haver o suicídio", disse o advogado.

Moraes ainda diz que no dia da morte de Márcia, o delegado não foi encontrado com manchas de sangue.

"Quando chegaram na casa, o delegado estava com as mãos limpas. Ele disse que não chegou perto da filha para ver o estado dela. Nem tinha marca de pés sujos no sangue. Ele tomou banho depois. Vamos pedir uma nova perícia, com uma nova equipe técnica, para aproveitar materiais, vestígios, pra chegar numa outra conclusão. É um absurdo a conclusão a que a perícia chegou", ressaltou o advogado.

Por meio da assessoria de imprensa, a Perícia Oficial de Alagoas disse que não vai se pronunciar sobre a declaração da família porque não há dúvidas para os peritos sobre o que aconteceu.

Dona Maria do Carmo defende o neto e afirma que ele não foi até à casa do avô pensando em matá-lo. "Meu neto não merece isso que está passando. Ele não foi matar o avô, mas foi pedir para que ele confessasse. Para mim isso foi uma surpresa imensa. Ele tinha tanta certeza que o avô tinha matado a Márcia, que ele tava apertado para saber o resultado, se perguntava pq o avô não confessava", disse.

Milton Omena Neto assume que discutiu com avô, mas nega assassinato (Foto: Roberta Cólen/G1)Milton Omena Neto assume que discutiu com avô sobre a morte da mãe (Foto: Roberta Cólen/G1)
Delegado da Polícia Federal foi morto a facadas em residência em Paripueira (Foto: Roberta Cólen/G1)Delegado da Polícia Federal e a filha dele morreram em condomínio em Paripueira (Foto: Roberta Cólen/G1)
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