A chuva que caiu em Manaus durante este domingo (22) deixou centenas de vítimas. A Defesa Civil registrou 32 ocorrências, entre alagações, deslizamentos de terra e desabamentos de muros. O Corpo de Bombeiros recebeu 30 chamados, via 193, até o fim da tarde. O G1 foi às ruas e conversou com moradores que tiveram suas casas afetadas pelo temporal, que durou mais de seis horas.
Na Rua Vasco de Ataíde, no bairro Cidade Nova, na Zona Norte de Manaus, um bueiro aberto inundou e deixou moradores com casas alagadas. Um dos afetados foi o cozinheiro Franscley Duarte, de 33 anos. Ele teve a casa alagada, e perdeu alguns móveis.
"Primeira vez que estou passando por isso, não esperava. Perdi tudo praticamente. Esse bueiro tá aberto e ninguém fez nada. Perdi meus bens, vou ter que comprar tudo de novo, é triste", afirmou.
O cozinheiro Franscley Duarte teve a casa alagada após chuva que caiu neste domingo (22), em Manaus (Foto: Indiara Bessa/G1 AM)Na Rua Miratinga, no bairro Jorge Teixeira 2, Zona Leste, uma casa foi atingida por um barranco que deslizou durante o temporal. No local moravam cinco adultos e duas crianças. A dona da residência, a doméstica Ana Lúcia, de 40 anos, disse que teve parte do corpo soterrado.
"Nós estávamos na casa e eu escutei só o barulho e quando eu fui ver era o barranco. Eu peguei a criança e dei pro meu marido. O barro entrou na casa e eu fiquei presa entre duas paredas, soterrada da barriga pra baixo. Metade da casa foi embora com o barranco", contou ao G1.
Barranco deslizou e atingiu a casa da doméstica Ana Lúcia, no bairro Jorge Teixeira (Foto: Indiara Bessa/G1 AM)Na Rua J, Conjunto Bairro Novo no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus, dezenas de casas foram alagadas com a chuva. Os moradores ficaram revoltados e relataram que as inundações acontecem cada vez que um temporal atinge a cidade.
Na casa da doméstica Sintia Corrêa, a água subiu e afetou todos os cômodos da casa. "Quando começou a subir água pelo meu quintal eu comecei a guardar as coisas e começou a encher tudo. É questão de minutos. A água ficou na cintura e eu tive que suspender os móveis. A gente tá só perdendo nossas coisas", relatou.
A doméstica Sintia Corrêa mostra o nível que a água da chuva chegou ao invadir a casa (Foto: Indiara Bessa/G1 AM)Na residência da Helena Martins, de 42 anos, moram cinco pessoas. Ela tentou fechar a porta de casa para a água não entrar, mas não conseguiu impedir a inundação.
"Ficamos uma hora e meia com água dentro de casa. Quando começou a su bir o meu marido já subimos as coisas. Fechamos a porta pra ver se a água não entrava, mas a força saiu derrubando tudo. A gente nem compra mais nada porque perde as coisas. Perdi cama, móveis, colchão, muita coisa", contou.
Afetada pela segunda vez em decorrência de chuva, a casa da vendedora Elisangela Souza, de 36 anos, já possui a marca da água nas paredes. "Toda chuva que cai alaga tudo até a cintura da gente. A água vem toda parecendo um riacho, é absuro, é horrível, entra muito rápido. A gente chora, essas alagações são insuportáveis, não adianta você comprar nada", contou.
Rua J, no bairro Jorge Teixeira, alagou e teve dezenas de casas afetadas, segundo moradores (Foto: Indiara Bessa/G1 AM)Chuva
Até as 19h30h, a Defesa Civil do município registrou 32 ocorrências na cidade, enquanto o Corpo de Bombeiros recebeu 30 chamados, via 193, para ocorrência de chuvas.
Segundo o órgão foram registrados 17 alagamentos, sendo eles em ruas dos bairros Petrópolis, Mundo Novo, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Rio Piorini, Cidade de Deus, Novo Aleixo, Amazonino Mendes, Monte Sião, Grande Vitória, São José e Jorge Teixeira.
A Defesa Civil recebeu chamado para cinco deslizamentos de barranco. Os casos ocorreram nas Rua Miratinga, Rua Targete, e Magnólia, ambas no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste; e nas ruas Camapuã, na Cidade Nova; e Rua I, no Santa Inês.
Casa da vendedora Elisângela Souza há marcas do nível que a água atingiu durante as inundações causadas pelas chuvas (Foto: Indiara Bessa/G1 AM)Além disso, o órgão de defesa registrou queda de árvore sobre uma residência, na Rua 122, da Cidade Nova, na Zona Norte; e um desabamento de muro na Rua L, no Jorge Teixeira. Dois desabamentos parciais foram registrados no bairro Riacho Doce, e outro no Santa Inês.
A Defesa Civil informou ainda que, conforme os pluviômetros do órgão, a Zona Norte de Manaus registrou maior volume de chuva, sendo 89,2 mm no total. Na Zona Centro-Sul choveu 67,6 mm, enquanto na Zona Sul o volume foi de 33,2 mm.
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