O “Chuveirão do Barbosa”, instalado provisoriamente na Av. Feliciano Coelho, no bairro Trem, para o trajeto do tradicional bloco A Banda, em Macapá, é o alívio para os brincantes enfretarem o calor e o tempo abafado. O maior bloco de rua do Amapáfoi às ruas na tarde desta terça-feira (28).
A tradição do banho gratuito começou há 41 anos, com Raimundo Batista, pai do artista Raimundo Araújo, de 59 anos. Segundo o filho, após a morte do pai em 2000, a pedido dos foliões, a família decidiu continuar a disponibilizar o chuveirão no percurso do bloco.
mantém tradição (Foto: Fabiana Figueiredo/G1)
“Meu pai não bebia e nem fumava, mas era festeiro. Somos 8 filhos e o papai começou a fazer essa brincadeira na passagem da Banda, colocava a mangueira para tomarmos banho. E aí as pessoas começaram a participar também. Quando ele morreu, em 2000, não colocamos o chuveiro porque estávamos de luto, e o povo cobrou. Então começamos a manter a tradição e hoje são 41 anos”, contou Araújo.
Para a família, o “Chuveirão do Barbosa” já virou atração do maior bloco de sujos do estado, além de ser um momento de reunir toda a família.
“Isso aqui é uma demonstração de que ele está vivo. A gente vai continuar nas próximas gerações, é um momento da família se encontrar e, para mim, já faz parte da Banda também”, disse o filho do Barbosa.
A Banda
O maior bloco de "sujos" de Macapá percorre as ruas há 52 anos. A festa começa na Veiga Cabral e encerra na praça do Barão do Rio Branco, no Centro. Em 2017, a expectativa é que 160 mil pessoas participem da festa. Tradicionalmente, a maioria dos participantes opta por se fantasiar dos mais diferentes personagens. Muitos homens saem vestidos de mulher.
'A Banda' é o bloco mais antigo de Macapá, que surgiu quando um grupo de 15 amigos saiu pelas ruas da cidade para comemorar a data em meio a um cenário de ditadura militar, no ano de 1965.
A música de Chico Buarque de Hollanda chamada "A Banda", que era a canção do então candidato a deputado federal Janary Nunes, foi a mesma que deu nome e som ao bloco macapaense. O bloco já recebeu o título de “patrimônio cultural de Macapá” e “imaterial” do estado.
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