Quem procura por endereços em bairros de Divinópolis costuma enfrentar problemas com a falta de placas que deveriam indicar nomes de ruas e avenidas. Vários setores, dentre eles o de jornalismo, e entrega de mercadorias e táxi, são diariamente afetados. A Secretaria de Trânsito e Transportes (Settrans) informou que realiza um estudo para resolver o problema.
Em vários bairros os corredores não têm nenhuma indicação que facilite a localização. No caso dos motociclistas, fica difícil conduzir o veículo e consultar ao GPS ao mesmo tempo. Para os motoristas, o uso do aparelho é mais fácil. Porém, muitas vias não existem nos mapas dos dispositivos. Nessas ocasiões, o jeito é perguntar a quem está nas ruas – o que muitas vezes também não dá certo.
Todos os dias as equipes de reportagem da TV Integração recebem um papel que os profissionais do setor chamam de "pauta". O conteúdo da folha indica o assunto da reportagem a ser feita, quem serão as pessoas entrevistadas e os endereços onde serão feitas as gravações. "Em Divinópolis, muitas ruas não têm placas. É aí que começa o dilema de encontrar o endereço da marcação", disse o repórter Thiago Carvalho.
Há três anos Jovete Martins Inácio é entregador de uma farmácia. Todos os dias ele percorre várias regiões da cidade em uma motocicleta. Já perdeu as contas de quantas vezes enfrentou dificuldades em localizar endereços. "O bairro é fácil de encontrar. Mas a gente chega à entrada do bairro e tem placa com nome da rua. Só que poucos quarteirões depois já começa a não ter mais. Isso dificulta a chegada ao local e fica o transtorno para a empresa e o cliente. Não são apenas dois ou três bairros. Em praticamente toda a cidade é dessa forma", afirmou.
Como não é fácil usar GPS enquanto pilota a moto, muitas vezes o profissional conta com a ajuda de pessoas nas ruas. Sem as placas indicando os nomes, o jeito é perguntar a quem passa. Mas, muita gente acha que é assalto quando ele se aproxima usando o capacete. "Já vou chegando, eles correm, fecham o portão e entram em casa. À noite muitos lugares não têm iluminação. Até certo ponto não dá pra ir mais, porque às vezes o quarteirão tem só uma casa em meio a vários lotes com mato. Aí fica difícil", disse.
Nas ruas da região central é mais fácil se localizar, porque há muitas placas. Mas, nos bairros, elas ficam raras. Iniciativas populares, como a pintura dos nomes das ruas em muros de esquinas, muitas vezes salvam o dia de quem está perdido. Dificuldades que complicam até o trabalho de quem já conhece a cidade como a palma da mão.
O taxista Edson Júnior já se atrasou na busca por clientes porque não conseguiu identificar endereços. "Não tem placa. Não tem nada. Nenhuma identificação nos postes. Às vezes as casas não têm números ou eles estão escondidos por árvores. Tem vez em que até o GPS me deixa em um lugar e o endereço não é aquele", reclamou.
Não encontrar o endereço rende prejuízos, porque o táxi circula mais e o taxista precisa dar desconto ao cliente por causa da demora a chegar. "Eu uso o meu bom senso. Porque se eu andei muito e voltei ao mesmo lugar, tenho que dar um desconto. Mas a sinalização precisa melhorar. Existe uma lei que determina que é preciso pintar as ruas com os nomes das ruas e o CEP", disse.
Edson está correto. Em Divinópolis existe uma lei de 1998 que obriga a Prefeitura a colocar essas identificações nas ruas da cidade. O MGTV convidou a Secretaria de Trânsito e Transportes (Settrans) a enviar algum representante para uma entrevista ao vivo na qual fosse possível explicar os motivos da falta de sinalização e as ações adotadas para resolver o problema. Mas o órgão não atendeu ao pedido.
Por meio de nota, informou apenas que o contrato com a empresa responsável pela instalação das placas foi rompido. "A empresa alegou não ter condições de cumprir as demandas. A nova gestão está consciente da falta de placas e se empenha para resolver a demanda. Já iniciou um estudo para definir a nova forma de instalação das placas com os nomes de ruas", finalizou a Settrans.
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