De chamariz das casas noturnas do final do século 20, o pole dance consagrou-se como prática esportiva que conquistou adeptos em todo o mundo. Hoje o surpreendente "bailado aéreo" tornou-se ainda uma importante arma de autoaceitação feminina. Amantes das dança nas alturas deram uma "palinha" na segunda edição de 2017, do projeto Feira Urbana de Alternativas (FUÁ), neste domingo (5). A feira foi realizada na sede da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), no bairro Parque Dez, na Zona Centro-Sul de Manaus.
Na edição que homenageou as mulheres, não foi apenas o palco com as atrações musicais que chamou atenção do público. Bem ali, no meio da feira, um aglomerado de pessoas vibrava com habilidade femina na barra.
"É realmente surpreendente. Tem que ter muito controle dos movimentos e força", disse o professor João Freitas, 35 anos.
Para alguns, uma demonstração de flexibilidade e força. Entretanto, para as adeptas da modalidade, as vantagens do pole dance, vão além da percepção.
"Lá no Studio tem muitos espelhos para começar a trabalhar a aceitação do corpo. Não tem distinção de que só magrinhas podem fazer pole dance ou só saradas, não é isso. Tem vários corpos e as meninas vão se encontrando mesmo no esporte", disse a assessora de imprensa e aluna do Mobius Studio, Karla Lemos.
Para garantir maior aderência à barra, é necessário o contato maior do corpo, o que auxilia em se reconhecer e se aceitar, segundo Karla. "A gente trabalha muito com o corpo na barra e a gente precisa disso para ter esta aderência na barra, por isso a roupa é mínima. A gente trabalha a sensualidade mais com cuidado, de acordo com a individualidade de cada pessoa. Trabalhamos no sentido de tirar o estereótipo pejorativo", apontou.
Os evidentes benefícios para a saúde e condicionamento físico são muitos. "De 700 a 850 calorias por aula. Precisa de força, flexibilidade. Algumas meninas não fazem academia, só pole como exercício físico e dá rendimento. Eu mesmo emagreci com pole", disse Karla.
Além das apresentações de pole dance, artistas plásticos, artesãs, chefs da gastronomia, cantoras e poetas tiveram espaço na feira, que acontece sempre no primeiro domingo de cada mês.
Em duas horas, a artista visual Wanessa Liz reproduziu em uma tela sua homenagem para as mulheres. "A minha inspiração foi a mulher, fiz uma homenagem a todas as mulheres e escrevi 'Mulher é obra prima'", disse.
As paredes do fundação foram tomadas por obras de artistas plásticas da região. A artista Rosa dos Anjos lembrou das mulheres do interior. "Essas fotos são resultado de registros de passeios meu ao interior. É minha homenagem para a mulher do interior. Quando você vai em uma casa, o brilho das panelas pendurados nas paredes chama atenção, reluz feito tesouro", disse.
O som ficou por conta das cantoras Lorenna Psiquê, Karen Francis Maia, Egda Carolyn, Natty dos Anjos, Camila Naranjo, Tayra Jatobá, Lucilene Castro e Gramophone. Cerca de 850 pessoas participaram da festa.
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