quarta-feira, 1 de março de 2017

Iapen terá bloqueadores de celular em 'breve espaço de tempo', diz governo

Iapen presídio amapá (Foto: Divulgação/Sejusp)Iapen terá bloqueador de celular para impedir crimes (Foto: Divulgação/Sejusp)

O secretário de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) do Amapá, Ericláudio Alencar, disse nesta quarta-feira (1º) que o governo pretende instalar "no mais breve espaço de tempo" bloqueadores de celular nos presídios do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen). Apesar da promessa, não foi definida data para o início do bloqueio.

O assunto veio à tona após um homem condenado a 76 anos de prisão extorquir 400 mulheres utilizando fotos íntimas delas a partir de contatos feitos de dentro do presídio masculino do Iapen com perfis falsos nas redes sociais. O detento utilizou apenas um celular para ter comunicação com as vítimas.

apreensao, celulares, presidio, iapen, bloqueadores, amapá, macapá (Foto: Jéssica Alves/G1)Celulares são apreendidos em enviados ao MP
(Foto: Jéssica Alves/G1)

Depois do caso, o Ministério Público (MP) reforçou a recomendação expedida em janeiro de 2016, que orientou o Iapen a instalar bloqueadores de celular nos presídios do estado.

"[A instalação dos bloqueadores] vai ocorrer no mais breve espaço de tempo, ainda mais com recentes crimes que vêm acontecendo, como essa história do camarada que estava extorquindo pessoas aqui no lado de fora. Isso não podemos admitir. Estamos para deflagrar o processo licitatório", disse o secretário, em entrevista ao Amapá TV, da Rede Amazônica.

Por outro lado, o gestor da Segurança Público do Amapá admite faltar recursos para dar andamento à licitação dos equipamentos.

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"A dificuldade é a questão financeira, que nós não temos como comprar esses equipamentos. Mas, aportado o recurso do estado, vamos deflagrar o processo para que a gente possa fazer o bloqueio", acrescentou.

Além da barreira financeira, o governo diz enfrentar dificuldades para encontrar alternativas para que o bloqueio não afete moradores do entorno do Iapen.

"Cerca de R$ 2 milhões no mínimo, mas agora é muito complexo para que isso não prejudique outras pessoas. O Iapen está dentro de uma região de residências. Se não fizermos com eficiência esse bloqueio, são prejudicadas as pessoas do entorno", completou.

Extorsão
O preso José Augusto Miranda dos Santos é investigado por extorquir mais de 400 mulheres utilizando fotos íntimas delas a partir de contatos feitos com perfis falsos nas redes sociais. Ele também teria financiado campanhas de políticos com uso do dinheiro das extorsões das vítimas e até conseguiu ser aprovado em um curso de mestrado.

Preso está desde 1997 cumprindo pena no Iapen (Foto: Reprodução/Rede Amazônica no Amapá)Preso está desde 1997 cumprindo pena no Iapen
(Foto: Reprodução/Rede Amazônica no Amapá)

De acordo com a investigação, José dos Santos, condenado a 76 anos de prisão por diversos crimes, no Iapen, criou perfis no Facebook e WhatsApp fingindo ser médico e empresário de Brasília. A partir das redes sociais, o preso fazia contatos com mulheres de diversos lugares do país, que acabavam sendo seduzidas e mandavam fotos íntimas, os chamados 'nudes'.

A apuração, que resultou na operação 'Servus', deflagrada na sexta-feira (24), durou cerca de um ano e meio, e ainda descobriu que além do dinheiro cobrado para não divulgar as imagens enviadas pelas vítimas, o preso extorquia cobrando favores relacionados às profissões das mulheres.

Somente no Amapá, o delegado Leonardo Brito, da 6ª DP, diz que 60% dos órgãos públicos de interesse do preso têm mulheres vítimas que praticaram atos dentro das instituições onde trabalham a mando dele, como acesso a informações privilegiadas, investigações e processos judiciais.

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Preso ameaçou vítimas pelas redes sociais (Foto: Reprodução/Rede Amazônica no Amapá)Preso ameaçou vítimas pelas redes sociais (Foto: Reprodução/Rede Amazônica no Amapá)

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