Orientações determinam que procedimento só deve ser feito em casos de necessidade. Unidade tem índice de 22,37% de partos cesáreos feitos em 2016.
Grávidas são estimuladas a terem parto natural no Hospital Bom Pastor em Guajará-Mirim (Foto: Júnior Freitas/G1)
O Ministério Público Federal (MPF-RO) expediu no último dia 24 uma recomendação formal para o Hospital Bom Pastor em relação à realização de partos cesáreos em Guajará-Mirim (RO), a cerca de 330 quilômetros de Porto Velho. De acordo com o órgão, o procedimento só deve ser realizado em casos necessários porque causa riscos para as gestantes.
Segundo a direção do Hospital Bom Pastor, os dados internos apontam que nos últimos 12 meses nasceram 663 crianças, sendo 191 de partos cesáreos, o que representa uma porcentagem de 22,37% do total. Há três anos o a porcentagem era de 50%, mas a cada ano vem diminuindo, principalmente depois da instalação do serviço de parto humanizado, que iniciou no primeiro semestre de 2016.
Recomendação do MPF-RO
As recomendações são baseadas nas taxas estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que estipula a quantidade de partos cesáreos entre 10 e 15%. A unidade tem 15 dias para se manifestar sobre o acatamento das recomendações.
O documento orienta à unidade que cobre o cartão da gestante como documento obrigatório durante os atendimentos de obstetrícia, com todas as informações do pré-natal para facilitar o trabalho do obstetra em relação a necessidade de cesariana.
O hospital deve usar a Classificação de Robson, que é um sistema padrão para monitoramento de nascimentos cesarianos no mundo inteiro, como ferramenta padronizada de atendimentos. Nos casos em que a própria gestante solicite o parto cesáreo, a maternidade deve elaborar um termo de consentimento livre e esclarecido com todas as indicações e riscos, constando a identificação do médico e da paciente.
Hospital Bom Pastor
O Hospital Bom Pastor é a única unidade que funciona como maternidade e que atende gestantes do município, indígenas, estrangeiras com documentação e também da cidade de Nova Mamoré (RO) através do Sistema Único de Saúde (SUS) e também atendimentos particulares.
Procurado pelo G1, o diretor geral do hospital, Geraldo Fonseca, declarou que as recomendações foram acatadas imediatamente, embora o Bom Pastor já tenha um baixo índice de nascimentos através de cesarianas.
“Nós já realizamos todos os partos conforme as recomendações do Ministério da Saúde, mas é claro que iremos acatar todas as recomendações do MPF-RO. A cesárea só é feita em extrema urgência, quando realmente é necessário, até porque nossos profissionais fazem todos os estímulos para que as gestantes passem pelo parto normal” explicou o diretor.
Ao G1, a enfermeira coordenadora do centro de parto normal, Alexsandra Tanaka, explicou os benefícios do parto normal e da necessidade da realização da cesariana.
“O parto normal tem a condução mais tranquila, onde os familiares acompanham e esperamos a vontade da mulher e o jeito que ela quer o parto. Já a cesariana é um procedimento evasivo que a paciente precisa de anestesia, fora os ricos que ela é exposta. Verificamos os ricos clínicos da gestante e do feto, somente depois dessa análise a gente decide se ela terá condições fisiológicas ou não de ter normal, o parto cesáreo só em último caso”, ressalta.
Na manhã desta quarta-feira (26), a dona de casa Geisiane Sebastiana dos Santos, de 23 anos, teve a pequena Anna Gabrielly através de parto normal. Para a mãe, que reside em Nova Mamoré, o procedimento foi melhor porque não houve a necessidade de fazer uma cirurgia; o trabalho de parto durou cerca de duas horas.
“Eu já estou muito bem, já consigo me sentar e andar. Irei receber alta amanhã (27) e vou poder estar em casa para cuidar da minha filha. Com certeza o parto normal é ótimo para as mães, quem já fez cesariana diz que é horrível e demora para o corpo se recuperar completamente”, relatou a mãe de primeira viagem.
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