Prefeitura diz que pretende acabar com função; companhia férrea garante que cumpre requisitos.
Pedestres e condutores de veículos que passam por dois dos sete cruzamentos com a linha férrea em Divinópolis estão preocupados com a segurança. Nesses locais, a Prefeitura deixou de disponibilizar operadores das cancelas, que impedem acesso ao trilho quando o trem está passando.
O Executivo informou que pretende desativar todo o serviço. A Valor da Logística Integrada (VLI), empresa que administra a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), disse que cumpre todos os requisitos de segurança.
Para ir ao trabalho e voltar para casa, a auxiliar de administrativo, Lorena Lasmar da Costa, passa quatro vezes pelo trecho de linha férrea da Rua Mato Grosso, entre o Bairro Catalão e a região central. "É uma insegurança para quem passa e até mesmo para os moradores, porque antes a cancela abaixava. Agora, é só o apito do trem", contou.
Quando a composição passa, os motoristas e motociclistas precisam ficar atentos ao sinal sonoro, já que, sem o operador, a cancela fica levantada. O representante comercial, José Gilmar Soares, dise que a visibilidade no trecho é baixa. "Daqui para lá, tem-se uma visão razoável. Mas, quem vem de lá para cá, não tem visão. Quando você consegue ver, já está em cima da linha. Se acontecer o pior, quem vai ser o responsável?", questionou.
Moradores afirmam que a intensidade do apito também incomoda. "Eu tenho escutado muito a vizinhança reclamando porque ele passa às 2h e às 4h e acorda as pessoas. Durante o dia também apita muito, mas à noite é pior, por causa do silêncio maior", comentou o comerciante, Márcio Lopes.
No cruzamento da linha férrea com a Rua Itambé, no Bairro Planalto, a cancela também está inoperante. Uma placa foi instalada no local: "Pare, olhe e escute. Cancela inoperante temporariamente", diz o aviso.
Proposta de automatização
Em janeiro deste ano, representantes da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Settrans) e da VLI se reuniram para debater uma proposta de automatização das cancelas. Segundo eles, isso geraria economia ao município, já que as pessoas que trabalham como operadores de cancelas são servidores municipais. Mas, o sistema não foi implantado e alguns canceleiros não exercem mais a função.
As passagens de nível que ainda possuem canceleiros ficam nas avenidas Paraná e Sete de Setembro; perto da oficina ferroviária no Esplanada e no Bairro Porto Velho. Na Avenida Amazonas, uma placa informa que o local tem alto índice de acidentes.
A equipe do MGTV não encontrou nenhum operador de cancela no local, mas o montador, Alessandro Malaquias, contou que o trabalhador responsável pelo controle do tráfego no local existe. "A cancela aqui estava parada, mas voltou a funcionar nesta semana. Tinha uma placa dizendo 'cancela inoperante', mas agora já voltou a funcionar normalmente", comentou.
Em nota, a Prefeitura de Divinópolis informou que a cidade é a única da área de cobertura da VLI que ainda mantém operadores de cancela e que os quatro servidores que ainda exercem a função de canceleiro deverão ser desligados. O Executivo informou também que é difícil encontrar trabalhadores dispostos a exercer a função e que há dois anos estuda a situação para decidir sobre a retirada das cancelas.
A VLI disse que todas as passagens de nível em Divinópolis possuem sinalização e pintura de solo, que orientam sobre a parada obrigatória. A empresa lembrou que não parar o veículo antes de transpor a linha férrea é infração gravíssima e informou que o apito emitido pelos trens ao passar pelos cruzamentos é um procedimento padrão de segurança.
Em abril de 2013, o G1 mostrou uma situação bastante parecida na cidade. Na ocasião, a cidade tinha 15 passagens de nível e apenas sete com cancelas. Moradores disseram que temim por acidentes.
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