Com a ordem de serviço dada em dezembro de 2015 após processo licitatório, as obras de asfaltamento de um trecho de 61 dos 270 quilômetros do trecho sul da BR-156, entre Macapá e Laranjal do Jari, devem iniciar parcialmente até o fim de 2017, segundo previsão da Secretaria de Estado dos Transportes do Amapá (Setrap), executora da pavimentação.
O longo prazo entre a licitação e o início das obras preocupa o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), que aguarda pela finalização do projeto executivo para avaliação e posterior aprovação, o que pode liberar o começo do asfaltamento no trecho, que parte do entroncamento das BR-210 e 156 até um quilômetro após a ponte sobre o rio Vila Nova.
A Setrap explica que atualmente está na fase de finalização do projeto, e que o tempo passado de 1 ano e 7 meses desde a ordem de serviço foi necessário pela complexidade da obra. A secretaria aponta que até o fim do 2º semestre devem ser liberadas a construção das nove pontes de concreto ao longo do trecho. Atualmente todas são de madeira.
O superintentente do Dnit no Amapá, Fábio Vilarinho, lembrou que a delegação do asfaltamento no trecho para o estado foi feito mediante convênio assinado em dezembro de 2013. Com preços da época, a pavimentação do trecho foi orçada em R$ 214,8 milhões, dos quais o governo do estado recebeu cerca de R$ 30 milhões, que até o momento não foram utilizados.
"Um prazo razoável para entrega do projeto executivo é em entorno de 180 dias, mas o prazo extrapolou para 1 ano e sete meses, embora a supervisora já tenha liberado as pontes, que podem ser iniciadas em função da modalidade do processo licitatório", frisou Vilarinho, explicando que não existe possibilidade de rompimento do contrato e devolução dos recursos até dezembro de 2018.
O diretror de engenharia da Setrap, Alberio Pantoja, falou em cautela e detalhou os cuidados do governo com a composição do projeto, que ao longo desse período passou por diversos estudos, além das licenças ambientais, que demandaram tempo e não estavam inclusas na licitação.
"Um projeto executivo de uma rodovia requer cuidados, são quilômetros de projeto e é bastante complexo. Projetar uma rodovia não dá para se fazer em menor tempo do que está sendo executado, até por conta de evitar prejuízo para o erário. No momento que for aprovado não teremos problemas na execução", detalhou Pantoja.
O diretor acrescenta que essas licenças já foram concluídas e que a obra recebeu a liberação de órgãos ambientais para ser executada. A Setrap aguarda o pagamento da responsável pelos estudos de impacto para deliberar sobre a finalização do projeto executivo. Em seguida, os relatórios serão encaminhados ao Dnit, para realizar a apreciação.
"Fizemos esse tramite para atender as questões do Ibama, ICMbio e Iphan. Hoje só está faltando a PGE [Procuradoria-Geral do Estado] dar autorização para pagar a empresa do licenciamento ambiental. Assim que for pago será dada a licença de instalação que poderá iniciar a obra", explicou o diretor de engenharia.
Trecho Sul da BR-156
Com quase 270 quilômetros de extensão, a única ligação terrestre entre Macapá e Laranjal do Jari não tem pavimentação e é alvo recorrente de atoleiros e lama durante o inverno amazônico dificultando as viagens de veículos de pequeno e grande porte.
Para asfaltamento, o trecho foi dividido em quatro lotes, dos quais dois estão sob responsabilidade do próprio Dnit, que diz ter aprovado o anteprojeto de um deles e aguardando recursos federais para licitar o outro. O quarto lote faz parte de um convênio com o Exército, que será responsável por pavimentá-lo. Cada um dos trechos tem cerca de 60 quilômetros de extensão.
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