G1 conversou com pneumologista e cardiologista sobre como evitar doenças respiratórias, alergias, infecções virais e problemas cardíacos.
Prevenir e buscar a avaliação e acompanhamento de um especialista em caso de necessidade é a orientação dos médicos de Juiz de Fora entrevistados pelo G1 a respeito das doenças que se tornam mais comuns no período mais frio do ano.
Com as salas de espera mais cheias, a pneumologista que trabalha no Departamento de Saúde da Criança e do Adolescente, Marta Duarte, lembrou que as chamadas "doenças de inverno" têm semelhanças e fatores que facilitam a disseminação.
"A maioria é causada por vírus e costuma ser limitada, ou seja, os sintomas, geralmente tosse, nariz escorrendo e até febre, duram entre três e cinco dias, no máximo uma semana. E se espalham porque as pessoas tendem a ficar aglomeradas, em ambientes fechados, o que facilita a transmissão", explicou.
O paciente deve ter atenção se o quadro se prolongar e causar outros problemas mais graves. "É o que as pessoas costumam chamar de 'gripe mal curada'. Se não estiver se sentindo muito bem, não conseguindo se alimentar, é melhor buscar a orientação médica. Pode haver alguma infecção mais intensa, ou causada por bactéria, que aproveitou uma baixa na imunidade, que pode levar a uma pneumonia e, portanto, exige outro tipo de tratamento ou até a hospitalização", analisou.
Quem tem algum tipo de alergia também sofre, como lembrou Marta Duarte. "O frio, a queda na temperatura associada à baixa umidade do ar, deixam o tempo mais seco. Tudo isso afeta. Alguns vírus desencadeiam crise de asma. Além dos ácaros, eles ainda enfrentam os efeitos dos poluentes que circulam no ar dos ambientes fechados", explicou.
Outro comportamento que preocupa é o da automedicação. "Dependendo do quadro, às vezes, o necessário é pingar soro fisiológico no nariz, mas os pacientes não aceitam. A gente observa que muitos se automedicam usando coisas que não são nada eficazes ou que mascaram o quadro e não resolvem. Há uma série de medicamentos dispensáveis que causam gasto econômico e custo para o próprio organismo", afirmou.
Prevenir as doenças de inverno não é difícil, conforme as orientações enumeradas pela médica. "O chazinho da vovó é recomendado. E a hidratação, especialmente as frutas cítricas que têm vitamina A e C, ajudam na proteção. Uma boa alimentação com frutas, legumes, verduras, carne e ovos. Evitar deixar as casas totalmente fechadas, os ambientes precisam ter ventilação. E para quem não tem restrição, a orientação é vacinar contra a gripe", disse.
A pneumologista ressaltou que, em caso de dúvida, as pessoas devem procurar a orientação adequada. "As doenças de inverno possuem características semelhantes, por isso precisam ser diagnosticados corretamente. Procure o médico, especialmente se envolver crianças e idosos, que são mais frágeis", afirmou.
Inverno perigoso para quem tem risco de problema cardíaco
O cardiologista da Santa Casa de Misericórdia, Sérgio Pontes, disse que estudos comprovaram que o inverno, associado à poluição atmosférica, é a estação de maior impacto na mortalidade por doenças em geral e por causas cardiovasculares, além de aumentar o número de internações e impactar na qualidade de vida e nos gastos com saúde.
De acordo com Sérgio Pontes, o risco é maior nas pessoas consideradas "população de risco", como idosos, diabéticos, hipertensos, tabagistas e dislipidêmicos, que são quem tem alteração das taxas de gordura.
"Um estudo nacional de 2011 revelou que uma redução da temperatura abaixo de 14ºC pode aumentar em até 30% os casos de infarto. Além disso, aumenta também o risco para acidente vascular encefálico; crise hipertensiva; síndromes coronarianas em geral, as anginas; obstruções arteriais de membros inferiores, na circulação nas pernas e pés e distúrbios do ritmo cardíaco, as arritmias", explicou.
O agravamento de problemas cardiovasculares pode ocorrer como desdobramento de outra doença. "O frio aumenta a incidência de infecções respiratórias, que levam a um estresse cardíaco com possíveis complicações como infarto, insuficiência cardíaca e arritmias. Neste sentido a vacinação contra gripe em populações de risco é uma aliada para reduzir estes desfechos", disse.
Hábitos alimentares também podem causar impactos negativos, segundo o cardiologista. "No frio, as pessoas tendem a um comportamento de ingerir alimentos mais calóricos, com sal e gorduras e álcool. Essa condição leva a descontroles da pressão arterial e suas consequências cardíacas", apontou.
A reação do organismo à queda na temperatura também pode gerar problemas. "O frio leva à liberação de adrenalina, que causa vasoconstrição, a redução do calibre, das artérias, predispondo obstruções e complicações cardíacas, cerebrais, renais e de membros inferiores. Também altera a viscosidade do sangue, podendo contribuir para as obstruções arteriais e cria condições pró-inflamatórias que instabilizam a parede das artérias podendo levar a angina e infarto", explicou.
Veja dicas para prevenir problemas, especialmente para as pessoas com fatores clássicos de risco cardiovascular:
- Usar roupas adequadas às temperaturas a que nos expomos, evitando frios extremos;
- Uso adequado das medicações contínuas e orientações dos profissionais de saúde;
- Evitar abuso de comidas e bebidas alcoólicas;
- Manter as atividades físicas rotineiras e evitar excessos ou esforços;
- Seguir calendário de vacinação para doenças respiratórias;
- Procurar assistência de saúde no caso de infecções respiratórias.
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