O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) iniciou estudos para registrar o marabaixo, manifestação tradicional da cultura do Amapá, como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A primeira parte do levantamento foi encerrada em julho e a previsão é que o processo seja concluído em 2018.
A historiadora e chefe de registros do Iphan em Brasília, Marina Lacerda, explicou, em entrevista à Rede Amazônica, que o reconhecimento do marabaixo como patrimônio imaterial é uma forma de valorizar a cultura amapaense divulgando a tradição para todo o país.
“É uma forma de manter viva a tradição amapaense e mostrar a variedade cultural brasileira, pois nosso país é diverso e cada manifestação cultural representa a singularidade de cada estado em um país plural e rico culturalmente”, destacou.
O marabaixo é caracterizado pelos cantos e pela dança que narram a luta e a fé dos negros durante a urbanização da capital em paralelo com o avanço do cenário histórico-cultural. A manifestação chegou a ser tema da música "Marabaixo", de Luiz Gonzaga.
A canção conta a desocupação das famílias negras de parte da orla de Macapá para lugares mais afastados da cidade nos anos 1940, a exemplo do bairro Julião Ramos, atualmente chamado de Laguinho.
A possibilidade de registro do marabaixo como patrimônio foi anunciada em 2015 pelo então ministro da Cultura, Juca Ferreira, que ao receber o pedido avaliou os aspectos históricos e sociais da arte de quilombolas que povoaram o estado. O julgamento foi feito juto com o Conselho Nacional do Patrimônio. A inclusão do marabaixo como patrimônio nacional foi proposta na Comissão de Cultura da Câmara pelo deputado federal Nilson Cabuçu (PMDB).
De acordo com o ministério, os bens culturais e imateriais se caracterizam pelo saber popular através de crenças, ritos, práticas, além de manifestações musicais, plásticas e literárias. Estão nessa lista do MinC diversas manifestações, como o Círio de Nazaré, no Pará, o frevo pernambucano, a capoeira, a Feira de Caruaru e o samba do Rio de Janeiro.
“O trabalho está muito avançado, passou pela primeira etapa e agora estamos finalizando para e seguir com o registro,. Acreditamos que em 2018 e possível que o marabaixo seja registrado, avaliando sobre a pertinência ou não do registro”, reforçou Marina Lacerda.
*Com informações da Rede Amazônica
Tem alguma notícia para compartilhar? Envie para o VC no G1 AP ou por Whatsapp, nos números (96) 99178-9663 e 99115-6081.
0 comentários:
Postar um comentário