quarta-feira, 30 de agosto de 2017

MPCE investiga se houve excesso na busca de crianças supostamente mantidas em cárcere pelo pai

Filhos de suspeito de manter a família em cárcere privado prestaram depoimento (Foto: Reprodução/TV Verdes Mares)Filhos de suspeito de manter a família em cárcere privado prestaram depoimento (Foto: Reprodução/TV Verdes Mares)

Filhos de suspeito de manter a família em cárcere privado prestaram depoimento (Foto: Reprodução/TV Verdes Mares)

O Ministério Público do Ceará (MPCE) instaurou um inquérito nesta terça-feira (30) para investigar a forma como foi cumprido o mandado de busca e apreensão das seis crianças encontradas em um apartamento com o pai, suspeito de manter a família em cárcere privado. Segundo o promotor de Justiça Luciano Tonet, foi "gerada repercussão social e exposição midiática desnecessária de fatos divulgados e que deveriam tramitar em segredo de Justiça".

Segundo o MPCE, o inquérito investigará a responsabilidade pelo "privilégio da persecução policial em prejuízo da abordagem psicossocial, que sequer foi realizada". O órgão também apura a forma como as informações sobre o caso foram divulgadas pelo Conselho Tutelar.

'Possíveis danos às crianças'

O Ministério Publico informou que serão tomadas providências quanto aos possíveis danos causados às crianças e adolescentes durante a abordagem das crianças, considerada errada pelo órgão. Para o promotor Luciano Tonet, a forma que os fatos têm sido divulgados, especialmente pelas redes sociais, tem "fomentado discursos de ódio contra estabelecimentos comerciais, famílias e pessoas".

Os seis filhos e a mulher do empresário Massaharu Nogueira Adachi foram ouvidos na segunda-feira (28), na Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa). Eles eram mantidos em um apartamento no Bairro Dionísio Torres sem frequentar a escola e sem quase nenhum contato com a realidade.

De acordo com delegada Ivana Timbó, titular da Dececa, o caso é complexo e merece ser tratado com todo o cuidado possível. Para a delegada, “causa estranheza que a outra parte da família nunca tenha tomado nenhuma atitude para ajudar essa família.”

Para a delegada Ivana Timbó, os filhos não têm a menor condição de permanecer com os pais. Por outro lado, segundo ela, se o pai for preso nesse primeiro momento, os filhos estariam sujeitos a sequelas psicológicas. Só após a conclusão do inquérito é que haverá a definição de quais crimes foram praticados contra os filhos e a mulher.

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