sábado, 16 de setembro de 2017

Após um ano de atuação do Uber, taxistas registram baixa de 80% nas viagens em Uberlândia

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Taxistas buscam forma para competir clientes com Uber em Uberlândia (Foto: Divulgação/Uber)

A Uber completou neste sábado (16) um ano de operações em Uberlândia. Desde que começou a atuar na cidade, o aplicativo foi alvo de discussão na Câmara, protestos de taxistas e debate sobre regulamentação do serviço. De acordo com o Sindicato dos Condutores Autônomos de Veículos Táxi de Uberlândia (Sindcavtu), os taxistas perderam 80% das viagens durante o período e cerca de 50% de motoristas auxiliares deixaram o táxi na cidade.

Em nota, a Uber informou que 15 milhões de usuários estão ativos no aplicativo. Em 2015 eram cerca de 1 milhão. Além disso, foram feitas mais de 5 bilhões de viagens pela Uber. A empresa não falou sobre dados locais neste um ano de operação em Uberlândia.

O presidente do Sindcavtu, Roque de Moraes, disse que, para driblar os prejuízos, o sindicato fez um estudo de quantos motoristas atuam no táxi e na Uber na cidade para traçar estratégias. Os números segundo o sindicato são:

  • Cerca de 3,5 mil motoristas cadastrados o aplicativo Uber e 1,5 mil atuantes em Uberlândia
  • 287 táxis cadastrados pela prefeitura
  • 200 motoristas auxiliares - aqueles dividem a direção dos veículos de permissionários
Um ano de discussão sobre serviço de Uber e táxi em Uberlândia (Foto: Editoria de Arte / G1)Um ano de discussão sobre serviço de Uber e táxi em Uberlândia (Foto: Editoria de Arte / G1)

Um ano de discussão sobre serviço de Uber e táxi em Uberlândia (Foto: Editoria de Arte / G1)

"A vinda da Uber para a nossa cidade foi desastrosa para nós taxistas. Éramos mais de 700 taxistas entre permissionários e taxistas. Depois da Uber, isso caiu pela metade. Fazemos 20% das viagens que fazíamos. É injusto, pois seguimos uma legislação e regras do Executivo, eles não", lamentou Roque.

Em agosto, a Justiça de Minas Gerais autorizou o uso de aplicativos de transportes como o Uber e Cabify no estado. De acordo com a decisão, os motoristas de Uber e outros tipos de aplicativos não poderão ser multados por órgãos equivalentes em outras cidades e pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). A assessoria da Justiça informou que, segundo o entendimento dos magistrados, no caso dos aplicativos, os motoristas fazem transporte individual privado; já o serviço de táxi é individual e público. Os magistrados entenderam que os dois serviços não podem ser equiparados.

Justiça autorizou uso do aplicativo em Minas Gerais (Foto: Divulgação)Justiça autorizou uso do aplicativo em Minas Gerais (Foto: Divulgação)

Justiça autorizou uso do aplicativo em Minas Gerais (Foto: Divulgação)

Taxistas buscam saída para lucrar

O valor para os usuários do Uber em Uberlândia é calculado da seguinte forma: R$ 2,50 pela chamada, mais R$ 1,06 por quilômetro e R$ 0,19 por minuto. O valor mínimo é de R$ 6. O próprio aplicativo faz uma estimativa de preço quando o passageiro coloca o ponto de início e destino da corrida.

Já no táxi, os valores são: R$ 2,80 por quilômetro rodado, no caso da bandeira 1, cobrada entre 6h e 20h, de segunda a sexta-feira, e sábado, das 6h às 12h. Na bandeira 2, em vigor entre 20h e 6h de segunda a sexta-feira, e a partir das 12h de sábado até 6h da manhã de segunda-feira, o valor cobrado é de R$ 3,40 por quilômetro rodado. A hora parada, quando o taxista espera o cliente resolver algo fora do veículo imóvel, também aumentou e é de R$ 18 a bandeirada, com taxa mínima de utilização do carro, de R$ 4,80.

O Sindcavtu disse que os valores dos taxistas são os mesmos em vigência há quase dois anos sem reajuste. O presidente do sindicato disse que, para manter e buscar novos clientes, os profissionais da cidade começaram a utilizar em 30 de agosto o aplicativo “Táxi 10”, que oferece desconto de 30% em todas as corridas solicitadas pelo celular.

Além disso, os motoristas aceitam todas as bandeiras de cartões de crédito e débito e dinheiro. O aplicativo também permite que o usuário calcule o preço estimado da viagem, assim como no Uber.

"Começamos a usar esse novo aplicativo e saímos dos demais para conseguirmos nos manter. Neste aplicativo, o taxista tem um custo mensal de R$ 45 apenas e dá ótimos descontos para o cliente", disse Roque.
Taxista reclama da baixa no movimento após Uber em Uberlândia (Foto: Reprodução/TV Diário)Taxista reclama da baixa no movimento após Uber em Uberlândia (Foto: Reprodução/TV Diário)

Taxista reclama da baixa no movimento após Uber em Uberlândia (Foto: Reprodução/TV Diário)

Discussão sobre a Uber em Uberlândia

Uma audiência pública discutiu a regulamentação do Uber e demais serviços de transporte de passageiros por meio de aplicativos na cidade. No entanto, nenhum projeto chegou a ser colocado em prática na Câmara e, de acordo com a Secretaria de Trânsito e Transportes (Settran), o Executivo está desenvolvendo um projeto de regulamentação municipal do serviço por meio de aplicativos no município.

O mototaxista e agora motorista do Uber, João Nunes, contou que começou a usar o aplicativo como forma de renda após baixa no movimento no mototáxi.

"Com a chegada do aplicativo a renda na moto diminuiu drasticamente, então me uni ao Uber para conseguir renda. Conheço muitas pessoas que fizeram do mesmo", explicou Nunes.

A estudante Thamara Magalhães contou ao G1 que mudou a forma de se locomover após a chegada do Uber na cidade. "Muitas vezes eu utilizava táxi e até mesmo ônibus. Hoje, com o aplicativo, eu fico mais tranquila, pois sei antes o quanto vou pagar. Acho saudável essa competição entre táxi e motoristas do Uber. É necessária a concorrência para melhoria dos serviços", opinou a jovem.

Uber gerou polêmica em Uberlândia (Foto: Divulgação/Uber)Uber gerou polêmica em Uberlândia (Foto: Divulgação/Uber)

Uber gerou polêmica em Uberlândia (Foto: Divulgação/Uber)

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