A atual situação do Hospital Dr. Hélio Angotti, em Uberaba, e um plano de reestruturação para a instituição filantrópica, que é referência em oncologia Uberaba região, foram os assuntos apresentados pelos diretores da Associação de Combate ao Câncer do Brasil Central (ACCBC) durante sessão na Câmara de Vereadores nesta segunda-feira (30).
Além do presidente da ACCBC, o médico oncologista Délcio Scandiuzzi, também representaram o hospital o diretor superintendente, médico e gestor hospitalar Felipe Toledo Rocha, e o diretor executivo, administrador Michel Eduardo da Silva.
Entre os dados apresentados estão os custos da instituição com o quadro de funcionários, da ordem de R$ 1,3 milhão, além de cerca de R$ 1 milhão com a compra de medicamentos e materiais hospitalares. Entre tributos e empréstimos, são desembolsados pela ACCBC valores superiores a R$ 900 mil mensais. Ao todo, cerca de R$ 4,3 milhões são gastos para manter o hospital em funcionamento que, atualmente, tem em torno de 4.500 pacientes registrados para tratamento.
Segundo Felipe Rocha, a ACCBC enfrenta uma dívida de R$ 62 milhões com fornecedores, médicos, bancos e tributos. O déficit operacional é da ordem de R$ 850 mil por mês. “Para a instituição, que fatura R$ 3,5 milhões, a situação não é nada confortável Por isso, a ACCBC precisa de doações e do trabalho junto ao terceiro setor para conseguir enfrentar esse déficit”, ressaltou Felipe.
Plano prevê criação de rede de hospitais no Triângulo
Durante a sessão, os diretores do Hospital Dr. Hélio Angotti também responderam questionamentos levantados pelos parlamentares. O vereador Rubério Santos, indagou qual seria a melhor saída para a instituição.
Conforme Felipe Rocha, a proposta de reestruturação prevê a criação de uma rede de hospitais para tratamento oncológico no Triângulo Mineiro, com unidades em cidades pólo, entre elas Iturama e Araxá.
Os executivos preveem que a ACCBC, hoje transformada em Organização Social (OS), vai crescer como prestadora de serviços na área de saúde para a região, otimizando seu parque tecnológico, além do atendimento oncológico. “O Hélio Angotti foi feito para o Triângulo Sul, Triângulo Norte e Noroeste de Minas”, acrescentou o superitendente.
Na sessão, Felipe Rocha também citou a restrição do atendimento no Hélio Angotti à divisão do SUS denominada Região Macro Triângulo Sul, hoje determinada pelo Estado. Atualmente, municípios da Região Macro Triângulo Norte, como Nova Ponte, não podem receber o atendimento do Hélio Angotti por esta determinação do SUS. Além disso, 75% dos pacientes do Pontal do Triângulo (de cidades como Iturama, por exemplo) se deslocam para o Hospital de Câncer de Barretos.
Apoio à reestruturação
O diretor da ACCBC chamou a atenção e pediu o apoio da Câmara para a oportunidade por meio da lei que cria o Programa de Financiamento Preferencial às Instituições Filantrópicas e Sem Fins Lucrativos, o Pró-Santas Casas, que vai disponibilizar R$ 10 bilhões às instituições filantrópicas ligadas ao SUS, em linha de financiamento.
“Serão liberados R$ 2 bilhões por ano nos próximos cinco anos, permitindo o refinanciamento de dívidas em melhores condições, com juros de 1,75% ao ano, com carência de dois anos e quinze anos para pagar. Isso vai nos permitir reestruturar o capital. O peso da articulação política conta muito para que a instituição consiga a liberação dos recursos do Pró-Santas Casas junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Soci (BNDES) e à Caixa Federal. Por isso precisamos do apoio desta Casa e do Poder Executivo”, ressaltou Rocha.
Os diretores disseram que vão informar, posteriormente, entre outros questionamentos, quais são os valores e os responsáveis pela destinação de recursos para o Hélio Angotti, por meio de emendas parlamentares.
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