domingo, 15 de outubro de 2017

Família corre contra tempo para arrecadar R$ 40 mil para pagar cirurgia de criança em Juiz de Fora

Família de Juiz de Fora realiza campanha para conseguir os R$ 40 mil e pagar a cirurgia de que Alice precisa (Foto: Reprodução/Facebook)Família de Juiz de Fora realiza campanha para conseguir os R$ 40 mil e pagar a cirurgia de que Alice precisa (Foto: Reprodução/Facebook)

Família de Juiz de Fora realiza campanha para conseguir os R$ 40 mil e pagar a cirurgia de que Alice precisa (Foto: Reprodução/Facebook)

Uma família de Juiz de Fora está mobilizando parentes, amigos e até desconhecidos nas redes sociais em uma missão contra o tempo. O motivo é conseguir arrecadar R$ 40 mil para pagar uma cirurgia particular para a bebê Alice Aparecida Melquiades Nascimento, de oito meses. Ela foi diagnosticada recentemente com craniostenose na modalidade dolicocefalia e precisa ser operada, de preferência, em até um mês.

"Eu - e ninguém que conheço - nunca tinha ouvido falar desta doença. O médico nos explicou com calma e eu fui pesquisar. Os bebês nascem com uma fissura na cabeça que fica aberta até um ano, porque o cérebro continua se desenvolvendo. A craniostenose é a fusão prematura desta fissura e a dolicocefalia é que o fechamento foi da parte posterior ao topo da cabeça", explicou ao G1 a mãe de Alice, a dona de casa Bianca Martins Melquiades.

O fechamento precoce foi descoberto em exame da pediatra, que encaminhou para um neurologista. Ele explicou aos pais que o único tratamento é a cirurgia, preferencialmente até os nove meses para evitar complicações.

"A tomografia comprovou o fechamento e o médico explicou que não tem outra opção. Precisa da cirurgia para reabrir a fissura. O crânio fecha antes da hora, comprime o cérebro e afeta o desenvolvimento natural. Por enquanto, ela está bem. Se nada for feito a tempo, pode acarretar alguma sequela, porque o cérebro não terá como crescer", comentou Bianca Melquíades.

A família não tem plano de saúde e então se deparou com o segundo desafio: a cirurgia não é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Juiz de Fora. Até iniciaram os procedimentos para solicitar a cirurgia via Justiça, com o laudo do médico explicando a gravidade e a urgência do caso, mas a resposta poderia não chegar a tempo. A alternativa é pagar pelo procedimento particular e veio o terceiro desafio: conseguir levantar o recurso necessário.

"Para ser operada pelo SUS, ela teria que entrar em fila de espera em hospitais no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Nós não temos tempo. Procuramos o especialista em Juiz de Fora. A gente não tem plano de saúde e esperava que a cirurgia ficasse em uns R$ 10 mil, seria complicado, mas a gente conseguiria apertar e dar um jeito. Quando ele falou que seria R$ 40 mil, a gente percebeu que seria quatro vezes mais complicado", comentou a mãe.

No entanto, passado o choque com o diagnóstico e o susto com o valor da cirurgia, a família se uniu e começou na última terça-feira (10), via divulgação em redes sociais, a mobilização em diferentes frentes para levantar o recurso. As pessoas podem ajudar indo a eventos em Aracitaba, onde possuem parentes, comprando rifas, depositando em uma conta aberta especialmente para isso ou doando em uma vaquinha online.

"Quando a gente descobriu, ficamos uns dois dias sem saber o que fazer. O diagnóstico assustou. A cirurgia preocupa, mas o valor é muito alto. O ideal é operar o quanto antes. Por isso, a família montou grupo em aplicativo de mensagens, decidiu tornar público nas redes sociais e várias pessoas iniciaram diferentes iniciativas para levantar os recursos", disse Bianca.

Alice é a filha caçula de Bianca e Carlos Eduardo (Foto: Bianca Martins Melquíades/Arquivo Pessoal)Alice é a filha caçula de Bianca e Carlos Eduardo (Foto: Bianca Martins Melquíades/Arquivo Pessoal)

Alice é a filha caçula de Bianca e Carlos Eduardo (Foto: Bianca Martins Melquíades/Arquivo Pessoal)

Com poucos dias de divulgação nas redes sociais, a mãe contou que a família não estará sozinha na campanha para conseguir os recursos para a operação de Alice.

"A gente vê muitas coisas ruins nas redes sociais, mas tem esse lado positivo também. Estamos em uma corrida contra o tempo e não imaginamos que tomaria uma proporção tão grande, indo além de Juiz de Fora e Aracitaba. Muita gente se sensibilizou. Recebemos contato de várias pessoas que queriam entender o caso e que prometeram ajudar da forma como podem", analisou.

Alice é a segunda filha com o marido Carlos Eduardo. Juntos há dez anos, eles são pais de outra menina de 7 anos e ela tem ainda um filho de 17 anos. Abraçados por conhecidos e desconhecidos nesta mobilização pela caçula, ela imagina o final desta história.

"A gente está conseguindo. Vou ficar mais feliz quando ela for operada e, se Deus quiser, tudo der certo. E não vamos mobilizar apenas para pedir, depois que tudo passar e ficar bem, vamos dar uma resposta a todos que nos ajudaram nas redes sociais", prometeu.

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