domingo, 8 de outubro de 2017

Maternidade Escola em Fortaleza realiza cirurgias pouco invasivas em mulheres

Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Foto: Divulgação)Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Foto: Divulgação)

Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Foto: Divulgação)

Conviver com dores constantes é a realidade de muitas mulheres. O diagnóstico de problemas ginecológicos pode exigir a interferência cirúrgica, que até então poderia incorrer em procedimentos invasivos e no comprometimento da questão estética. A Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac), em Fortaleza, realizou na tarde deste sábado (7), cirurgia minimamente invasivas em cinco mulheres, que foram transmitidas ao vivo para mais de 300 médicos que participaram da I Jornada Internacional de Ginecologia Minimamente Invasiva, realizada em Fortaleza.

A técnica consiste em um procedimento com mínimas incisões. Uma microcâmera que possui resolução por acuidade transmite a imagem para uma tela de alta resolução e garante a precisão cirúrgica e o conforto para as pacientes, tanto durante como no pós-operatório.

De acordo com o supervisor da Residência Médica de Ginecologia e Obstetrícia da Meac, Leonardo Bezerra, mais de 600 procedimentos minimamente invasivos em ginecologia já foram realizados no hospital esse ano. "Com este aporte tecnológico, a gente consegue fazer cerca de 80% das cirurgias por técnicas minimamente invasivas. Aquilo que no passado precisava de incisão abdominal, hoje a gente faz por laparoscopia ou por via vaginal", explica.

A Meac foi o primeiro hospital de Fortaleza a oferecer por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) tratamento multidisciplinar para endometriose, enfermidade que atinge entre 10% e 15% da população feminina em idade reprodutiva, o que corresponde a cerca de 6 milhões de brasileiras. Além de ser o principal motivo para a ausência no trabalho, a doença pode ocasionar comprometimento intestinal, se estiver em estágio avançado.

De acordo com o professor associado do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Maurício Simões Abrão, a endometriose é um exemplo de doença que deve ser tratada cirurgicamente apenas por meio do método pouco invasivo. "Não só pelo fato estético, mas também porque dá acesso a várias áreas da pelvis onde possam ter os focos de doença, e a partir de pinças é possivel retirar o tecido doente", afirma.

Uma das beneficiadas pela cirurgia minimamente invasiva na Meac foi Rosivânia Nepomuceno, de 29 anos. Ela sofre com os sintomas da endometriose desde a primeira menstruação, aos 11 anos de idade. Até os 20 anos, a manifestação da doença era mais branda, mas com o início da vida sexual as dores foram aumentando gradativamente. "Depois que eu casei piorou ainda mais, porque eu tinha relações. E eu descobri que tinha mesmo esse problema quando tentei engravidar, há três anos. Eu sempre me cuidei, fazia exames de prevenção mesmo antes de perder a virgindade, e eles tinham resultados normais", relata.

A suspeita do diagnóstico só veio há cerca de três anos, enquanto assistia a um programa sobre saúde na televisão. Ela percebeu semelhanças entre o que sentia e o que era exposto na tv e resolveu relatar a uma ginecologista da Meac. Os exames de mapeamento constataram que a doença já estava em estágio avançado, com sangramentos durante 23 dias seguidos, dores insuportáveis e desmaios.

Por conta das dores, ela precisou abandonar o trabalho como auxiliar de cozinha e já está sem trabalhar há cinco meses. Contudo, após a cirurgia ela se sente com a oportunidade de voltar a encontrar um novo emprego. "Eu estou muito feliz, até porque eu ainda só tenho 29 anos, mas tem mulheres que descobrem bem mais tarde, com mais de 40 anos. E eu tenho fé que, se eu me sair bem nessa cirurgia, eu vou conseguir engravidar. É uma luta constante", relata Rosivânia, que j[a tenta engravidar há três anos e é casada há quatro.

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