O secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, afirmou nesta segunda-feira (29) que três vítimas da chacina com 14 mortos no Bairro Cajazeiras, em Fortaleza, tinham passagens pela polícia. O titular da pasta afirmou ainda que a casa de show onde ocorreu a chacina já havia sido fechada pela polícia por causa de uma festa em comemoração à morte de um PM.
O secretário evita confirmar que a motivação da matança seja briga de facções e diz que esta é uma das linhas de investigação. "É uma hipótese que a gente está investigando. Mas é a mais provável, realmente. Mas a gente tá ouvindo todas as pessoas, pois a gente tem que se manifestar com responsabilidade".
Moradores relataram ao G1 que a área é dominada pelo Comando Vermelho (CV) e o grupo que atirou contra a festa era da facção Guardiões do Estado (GDE), suspeita de expulsar famílias, no início deste, famílias da comunidade Babilônia, que fica a cerca de 2 km do local da chacina. As ruas em torno do Forró do Gago são pichadas com mensagens do "CV". Costa afirma que quatro grandes facções
A chacina ocorreu por volta de 1h30 (horário de Brasília). Um grupo de homens armados disparou contra a danceteria "Forró do Gago", deixando 14 mortos. Dez pessoas feridas foram encaminhadas para hospitais públicos da cidade. Cinco ainda estão internadas.
O secretário disse que dois homens e uma mulher que foram assassinados no clube de festas já tinham passagem pela polícia. Os nomes não foram divulgados pelo secretário.
Porém, o G1 apurou que Antônio Gilson Ribeiro Xavier respondia por furto e Wesley Brendo Santos Nascimento, 24 anos, respondia pelos crimes de receptação, roubo, porte ilegal de arma de fogo e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
Local fechado
Sobre o local onde ocorreu a chacina, André Costa comentou que a polícia já havia fechado o clube no ano passado. Segundo o secretário, a Polícia Militar realizou uma operação para fechar o local durante uma festa de uma facção criminosa que comemorava a morte de um policial.
"Aquele local foi fechado em agosto do ano passado, encerrando uma festa em comemoração à morte de um sargento que foi morto por bandidos. Então, era um local que já era sabido que era frequentado por pessoas de uma determinada facção criminosa. Um lugar desse era pra há muito tempo ser fechado, mas infelizmente as leis desse país não permitem isso".
Investigações
Na tarde deste domingo (28), o governador do Ceará, Camilo Santana, anunciou que cinco suspeitos do crime foram identificados. Três deles seriam mandantes do crime, enquanto os outros dois estariam diretamente envolvidos no massacre.
André Costa disse ao G1, nesta segunda-feira, que as investigações sobre a chacina estão sendo realizadas para tentar localizar todos os suspeitos. Até o momento, um homem foi preso e cinco suspeitos foram identificados pela polícia.
"Temos avançado nas investigações para que todas as pessoas, sejam mandantes ou não, sejam presas. Isso eu garanto para a população. A gente quer dar uma resposta o quanto antes, mas com responsabilidade", acrescentou.
O secretário disse ainda também que a polícia está investigando outros crimes que podem ter algum tipo de ligação com a chacina de Cajazeiras. "Sempre faz parte da investigação saber se faz parte de outros crimes. O contexto do momento vai ser investigado e se tiver ligação (com a chacina) isso vai de conhecimento de todos".
A chacina ocorrida dentro do clube de festa no Bairro Cajazeiras é considerada a maior do Ceará.
Quatro pessoas ainda estão internadas no Hospital Instituto Dr. José Frota (IJF), enquanto um outro homem continua internado no Hospital Edmilson Barros (Frotinha de Messejana).
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