"A gente acorda 6 horas da manhã, vem para cá, passo na boia com ajuda do meu pai e minha mãe. Vou para os matos trocar de roupa para poder ir para a escola. Tenho medo demais da boia virar". O relato é do estudante Guilherme Barbosa, 9 anos, que precisa atravessar rio Longá, em Campo Maior, para chegar ao ponto de ônibus e conseguir ir à escola. Um vídeo divulgado pelo G1 mostrou o drama que Guilherme Barbosa e outras crianças passam para estudar.
"É rio de correnteza e é um risco muito grande porque eles atravessam com quatro ou cinco crianças em cima de uma boia e se de repente ela virar? É uma tragédia anunciada", declarou o professor Jefferson David Evangelista.
A professora Djane Araújo contou que o filho com deficiência não quer ir para a escola com medo de atravessar o rio."Eu tenho um filho especial de nove anos que estuda na cidade e não quer mais atravessar por conta do medo. Se um adulto tem medo imagina uma criança", declarou.
Os moradores pedem urgentemente a construção de uma ponte. "Nós queremos o mais rápido possível uma ponte porque a situação é caótica. Quando o rio fica cheio só dá pra atravessar usando a boia, isso quem tem coragem de fazer. Quem não tem, não passa", disse a professora Djane Araújo.
O aposentado Raimundo da Paz comentou que conta com a colaboração dos vizinhos para atravessar o rio."Eu não tenho netos e conto com ajuda de outras pessoas para passar é muito sofrimento para os pais de família", disse.
O rio dá acesso a cinco comunidades da zona rural de Campo Maior e, sem outra alternativa, os moradores transitam pelo rio diariamente. A prefeitura de Campo Maior informou que está providenciando medidas emergenciais e vai elaborar um projeto visando arrecadar recursos para construção de uma ponte.
"Nós compreendemos que a população passa por dificuldade, mas a prefeitura não tem estrutura para fazer uma ponte daquele tamanho porque é grande. Estamos com o projeto elaborado e buscando parcerias com o governo do estado e Federal. De forma emergencial, eu autorizei a Defesa Civil que fosse nas comunidades para fazer mapeamento para que a gente possa garantiar uma passagem mais segura usando um barco. Vamos treinar as pessoas para que os alunos atravessem de forma segura", disse o prefeito, professor Ribinha.
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