A segurança pública em Pitangui foi tema de uma reunião realizada durante a manhã desta sexta-feira (20) na cidade. O evento teve a participação de representantes de órgãos públicos, do comércio e da população. Dentre as ações previamente definidas estão a coleta de assinaturas para um abaixo-assinado que exige reforço da segurança e a implantação de uma guarda patrimonial municipal.
Na quarta-feira (18) o comerciante Flávio Alva, de 35 anos, morreu após ser baleado durante um assalto à loja dele. Por causa disso, 99.2% dos estabelecimentos comerciais credenciados à Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) fecharam as portas na quinta-feira (19).
(Foto: Reprodução/TV Integração)
De acordo com a presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública (Consep), Clara Helena Nunes, o índice de assaltos na cidade é resultado de outros crimes. "Nossa cidade hoje está militada por traficantes e usuários de drogas. A violência cresce cada vez mais. Nós ficamos colocando as vidas em risco", disse.
O comerciante Procópio de Freitas disse que a guarda municipal não resolveria definitivamente o problema da insegurança, mas contribuiria para manter a paz social. "Sabemos que uma guarda municipal tem as suas limitações, mas é como uma medida inibidora com certeza pode nos ajudar".
Comércio reabre
Dos 250 estabelecimentos comerciais associados à CDL, 248 fecharam as portas na quinta-feira, em protesto contra a violência. O funcionamento voltou ao normal nesta sexta-feira.
"Não temos como saber quando seremos abordados. Por isso trabalhamos sempre tensos, trabalhando em uma situação bem crítica", disse o comerciante Rogério Azevedo.
violência em Pitangui (Foto: Thiago Carvalho/G1)
O motorista Divanir Vidal de Lima disse ao MGTV que a criminalidade na cidade não se restringe a quem trabalha no comércio. "Eu moro na roça e quando preciso vir à cidade, venho com medo. Eu sei que venho, mas não sei se volto", desabafou.
Essa realidade levou parentes e amigos de outras vítimas da violência na cidade a também irem às ruas em protesto contra a criminalidade. Eles pediram aumento do efetivo policial e agilidade por parte da Justiça no julgamento dos suspeitos.
O tenente Samuel Moreira, da PM, disse que os policiais da cidade fazem o que podem para evitar crimes e prender criminosos. "Dentro dos nossos limites e possibilidades, estamos reforçando o policiamento em Pitangui. A sede da unidade fica em Nova Serrana e nos primeiros dias do ano veio reforço até da região".
O militar ressalta a importância de as vítimas não reagirem aos assaltos. "A gente sabe que às vezes o nervosismo fala mais alto, mas o correto é não reagir, pois não se sabe como será a reação do outro", comentou.
Suspeitos seguem foragidos
Os dois suspeitos identificados pelas polícias Civil e Militar ainda não foram localizados, conforme o G1 apurou na tarde desta sexta-feira.
O crime
Imagens de uma câmera de monitoramento do circuito interno da loja mostram o momento do crime. O vídeo mostra um suspeito entrando na loja armado de capacete. Ele anuncia o assalto, pede dinheiro e o dono do local se levanta e segue para o caixa.
O suspeito agride a vítima mais de uma vez com a arma. O homem então reage às agressões e empurra o criminoso que efetua um disparo e acerta o rosto do comerciante. Havia funcionários e clientes na loja.
Após o disparo, o autor fugiu em uma moto com um comparsa que o aguardava do lado de fora do local. Pelas imagens, a PM afirma que podem ser dois adolescentes. A Polícia Civil investiga o crime.
Despedida
O corpo de Flávio Alva foi enterrado às 17h desta quinta-feira em Pitangui. Ele deixa a mulher e dois filhos, de dois e cinco anos. O mais novo fez aniversário no dia em que o pai foi morto. "A festinha estava marcada para sábado (21). Já estávamos preparando tudo. Inclusive ele estava chegando com os doces para o aniversário do filho. É uma perda para todos os lados", disse Flávio Lúcio Valério, pai da vítima.
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