A árvore que caiu na Praça Deodoro, no Centro de São Luís, e atingiu dois estabelecimentos estava infestada de cupins. A constatação foi feita durante a retirada de galhos e pedaços do tronco ainda estavam espalhados pelo chão nesta terça-feira (24). A árvore que caiu era um centenário pé de Oiti com mais de 15 metros de altura.
Além da lanchonete, o prédio colonial do outro lado da rua, outros quiosques, o poste de iluminação e uma parada de ônibus também foram atingidos pela árvore. Imagens de celular (veja abaixo) mostram o exato momento da queda. Era início de tarde e o Centro estava como de costume: bem movimentado. Por sorte, ninguém se feriu.
O professor Hamilton Almeida, pós-doutor em agronomia, relatou que em outros pontos do centro, como no movimentado Parque do Bom Menino, árvores seculares ameaçam morrer. A Barrigudeira, árvore centenária e que é protegida por decreto estadual, está cheia de parasitas.
“Como a copa da árvore é grande e praticamente não tem poda, há uma compensação para que esses parasitas comecem a criar os liquens e vão competir com a planta. Toda fotossíntese, todo metabolismo que a planta está produzindo, eles estão também se alimentando, sugando, chegando ao ponto que ele sobe. A tendência é matar a planta” afirmou o especialista.
Outras árvores estão tomadas pelas chamadas ervas de passarinho – parasitas que se alimentam sugando a seiva de suas hospedeiras, podendo, inclusive, causar a morte da árvore. No bairro Anil, mais uma Barrigudeira é vítima da falta de cuidado e manejo.
Em algumas das principais avenidas da capital, como na Av. Colares Moreira, no Renascença, e na Av. Daniel De Lá Touche, no Ipase, árvores mortas interferem no aspecto paisagístico e, pior, demonstram falta de preocupação com um problema ambiental muito maior.
“Ficamos horrorizados com o descaso, abandono total, a falta de manejo com as plantas que dá o aspecto estético paisagístico. As plantas produzem oxigênio para melhorar a temperatura do planeta” afirmou.
O Instituto Municipal da Paisagem Urbana (Impur) disse em nota que desde o final do ano passado tem feito o acompanhamento da situação das árvores na capital maranhense.
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