terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Estudo traça perfil da população que vive nas ruas de Itaúna

Moradores de rua em Itaúna (Foto: Jéssica Lopes/G1.com)Moradores em situação de rua ocupam calçada; Itaúnatem cerca de 40 na condição (Foto: Jéssica Lopes/G1)

Levantamento feito pelo Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) de Itaúna divulgado nesta terça-feira (24) traça o perfil das cerca de 40 pessoas que vivem em situação de rua – parcela da população formada por quem não tem habitação e vive na área urbana, muitas vezes em condição de pobreza absoluta e sem vínculos familiares. A partir desse trabalho, o Executivo pretende adotar estratégias para atender este público.

De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social, que coordena as ações do Creas, técnicos percorreram vários pontos da cidade durante 14 dias para identificar os locais onde essa parcela da população se concentra, além de avaliar as condições sob as quais vive e oferecer serviços públicos.

Pessoa em situação de rua em Itaúna (Foto: PMI/Divulgação)Ações são elaboradas com foco nesse público
(Foto: PMI/Divulgação)

A maior parte da população em situação de rua em Itaúna é do sexo masculino. Essas pessoas se aglomeram principalmente nas imediações do terminal rodoviário, como na Praça Alexandrina de Abreu; debaixo de um viaduto na MG-431; no entorno do Mercado Municipal e da linha férrea; nas praças Celi e José Flávio de Carvalho, nas adjacências da Avenida Jove Soares; na Praça Padre João Ferreira, no Cerqueira Lima; em frente à Prefeitura e próximo ao Pronto-Socorro, conforme o relatório.

A gerente do Creas, Cristiane Franco, classificou a situação na cidade como preocupante. "De modo geral, trata-se de uma população que vive em condições precárias e migra de um ponto a outro quase diariamente. As abordagens são feitas todos os dias, não tendo como precisar o número exato de pessoas", afirmou.

Mesmo após a conclusão do diagnóstico, o trabalho continua. Agentes vão às ruas com o objetivo de estabelecer contato. "Mas nem sempre as pessoas respondem às tentativas", afirmou, acrescentando que parte dessas pessoas não quer deixar a condição.

Itaúna, moradores de rua, ação social, (Foto: Assessoria/Divulgação)Moradores de rua são abordados durante ação social em Itaúna (Foto: Assessoria/Divulgação)

Por outro lado, existem os que aceitam os serviços oferecidos. "Durante as conversas, percebemos que muitos preferem o estilo de vida livre, sem regras, pois têm dificuldades de se reinserir na sociedade e não têm interesse em reencontrar parentes. Há os que relatam que romperam vínculos com a família e passaram a viver nas ruas por motivos diversos, como vícios em drogas e álcool", explicou.

Medidas
Após a entrega do diagnóstico, foram realizadas algumas reuniões em diferentes setores do governo municipal. Uma delas ocorreu nesta segunda-feira (23). Gestores e uma equipe multidisciplinar discutiram as informações colhidas em busca de soluções.

Reunião de governo debate situação de moradores de rua em Itaúna (Foto: Prefeitura de Itaúna/Divulgação)Reunião debate situação de moradores de rua em
Itaúna (Foto: Prefeitura de Itaúna/Divulgação)

O Serviço Especializado de Abordagem Social identifica necessidades imediatas e promover a reinserção do público-alvo à sociedade por meio de políticas públicas. O G1 perguntou quantos moradores em situação de rua o órgão atendeu em 2016 e quanto investiu no órgão no mesmo ano. Também questionou a estimativa de atendimentos e de investimentos para 2017. Mas ainda não houve retorno.

Menores de idade
Se os agentes encontram crianças ou adolescentes na rua, adotam medidas para que eles sejam levados ao Conselho Tutelar. "Em relação aos adultos, não se pode obrigar que eles compareçam ao serviço que oferecemos. É preciso que eles queiram. Não podemos tirar ninguém à força das ruas porque todos têm o direito de ir e vir garantido pela Constituição Federal. Com exceção, é claro, dos casos em que forem flagradas contravenções, como uso de drogas, sexo explícito, arruaças e ameaças a transeuntes. Nesses casos a Polícia Militar pode ser acionada", explicou a gerente do Creas.

Em julho de 2016, o G1 informou que a Prefeitura de Itaúna pagou passagens para que 285 moradores de rua voltassem para suas cidades de origem. Em seis meses foram enviadas 122 pessoas a Divinópolis e 163 a Belo Horizonte. Os bilhetes são pagos com verba federal.

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