A liberação de corpos de detentos mortos em presídios do Amazonas deve ocorrer ainda nesta terça-feira (3), segundo o secretário de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), Sérgio Fontes. Ele informou que equipes do Instituto Médico-Legal (IML) vão receber reforço de papiloscopistas da Polícia Federal no trabalho de perícia e identificação. Ao todo, 60 presos foram mortos em duas unidades.
Os corpos de 56 presos assassinados no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e os quatro mortos na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) são mantidos em contêineres frigoríficos. A medida foi adotada porque o IML possui capacidade de armazenamento para 20 corpos.
Inicialmente, as autoridades da segurança pública divulgaram que o trabalho de necropsia e identificação das vítimas seria concluído em até seis dias e que não havia previsão de quando os corpos começariam a ser liberados às famílias.
Na manhã desta terça-feira, o secretário titular da SSP-AM, Sérgio Fontes, disse que já há corpos prontos para liberação. "Vamos começar a liberar os corpos hoje [terça-feira, 3]. Na medida em que houver identificação, eles serão liberados. A Seas [Secretaria de Assistência Social] já foi designada pelo governo para apoiar as famílias, o auxílio funeral já foi liberado", disse.
Entenda o caso
O primeiro tumulto nas unidades prisionais do estado ocorreu no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), localizado no km 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista). Um total de 72 presos fugiu da unidade prisional na manhã de domingo (1º).
Horas mais tarde, por volta de 14h, detentos do Compaj iniciaram uma rebelião violenta na unidade, que resultou na morte de 56 presos. O massacre foi liderado por internos da facção Família do Norte (FDN).
A rebelião no Compaj durou mais de 17h e acabou na manhã desta segunda-feira (2). Após o fim do tumulto na unidade, o Ipat e o Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM) também registraram distúrbios.
No Instituto, internos fizeram um "batidão de grade", enquanto no CDPM os internos alojados em um dos pavilhões tentaram fugir, mas foram impedidos pela Polícia Militar, que reforçou a segurança na unidade.
No fim da tarde, quatro presos da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Leste de Manaus, foram mortos dentro do presídio. Segundo a SSP, não se tratou de uma rebelião, mas sim de uma ação direcionada a um grupo de presos.
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