sábado, 14 de janeiro de 2017

Líderes de facção são transferidos de presídio de Roraima após massacre

Nove presos considerados líderes de facção criminosa foram transferidos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, zona rural de Boa Vista, para o Centro de Progressão Penal (CPP), zona Leste, segundo informou a Secretaria de Comunicação do governo de Roraima neste sábado (14).

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MORTES EM RORAIMA
Mais de 30 foram mortos em presídio

A decisão, segundo o governo, "é uma estratégia de segurança", e foi tomada após o massacre na unidade prisional que deixou 33 presos mortos no dia 6 de janeiro.

De acordo com o governo, os presos estão mantidos em uma cela de isolamento, com tranca especial e isolados dos demais detentos de regime semiaberto que estão no CPP.

Equipes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) e de agentes penitenciários mantêm a segurança do local.

No último dia 8, a Justiça concedeu prisão domiciliar a 161 detentos abrigados no Centro após pedido da Comissão de Direitos Humanos Ordem do Advogados do Brasil em Roraima.

Antes da transferência, na sexta-feira (13), o preso Adeilson Eliotério dos Santos, o 'Pato', identificado como um dos lideres do Primeiro Comando da Capital (CPC), se escondeu em uma das alas da Penitenciária e somente foi encontrado às 23h [1h de Brasília].

Durante a procura pelo detento, a Sejuc informou que foi descoberta a escavação de dois metros em um túnel no presídio que já havia sido fechado.

"Possivelmente o 'Pato' tenha se beneficiado de algum indivíduo que abriu uma cela. Ele estava dentro da ala dele mesmo. Naquele momento que tiraram aqueles nove, não fizeram uma revista minuciosa", informou o secretário de Justiça e Cidadania, Uziel Castro.

33 mortes em presídio
Na madrugada do dia 6 de janeiro, 31 presos foram assassinados na Penitenciária Agrícola. Um agente que não quis ser identificado disse que as mortes ocorreram por volta das 2h30 (4h30 de Brasília).

Em uma revista realizada no dia 6, outros dois corpos foram encontrados enterrados na Ala da Cozinha.

No dia 9, em ofício ao Ministério da Justiça, a governadora do estado Suely Campos (PP) associou os corpos achados na unidade às mortes de sexta, afirmando que 33 morreram no massacre.

À BBC, o secretário de Justiça e Cidadania (Sejuc), Uziel de Castro, disse que os presos foram decapitados e atribuiu o massacre a detentos do Primeiro Comando da Capital (PCC) que estavam concentrados no centro de detenção.

Os presos foram brutalmente assassinados porque se recusaram a entrar na facção segundo a Sejuc. A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar as mortes. A previsão é que ele seja concluído em 30 dias.

Massacre em Roraima: mortes - versão 2 (Foto: Arte/G1)
Mortes em Roraima - versão 2 (Foto: Arte/G1)

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