quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

No IML, mulher espera notícias há 3 dias sobre irmão preso no Compaj

Maria Aldilene espera confirmação de morte de irmão (Foto: Suelen Gonçalves/ G1 AM)Maria Aldilene espera confirmação de morte de irmão (Foto: Suelen Gonçalves/ G1 AM)

A angústia toma conta da família da dona de casa Maria Aldilene, de 37 anos, que há três dias tenta confirmar se o irmão dela, José Aldinei Leal está entre os 56 mortos na rebelião do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj).  A dona de casa contou que o irmão cumpria pena no presídio por roubo. A pena era cumprida em uma parte do complexo conhecida como "seguro", local onde ficam os presos ameaçados de morte.

José Adinei Leal cumpria pena do Compaj (Foto: Suelen Gonçalves/ G1 AM)José Adinei Leal cumpria pena do Compaj
(Foto: Suelen Gonçalves/ G1 AM)

Desde a segunda-feira (2), Maria tenta, sem sucesso, informações oficiais sobre a possível morte do irmão. "Já checamos que ele não está no presídio, então restou a fuga e a morte. Ainda estávamos com esperança de que ele estivesse vivo entre os foragidos, mas hoje de manhã deram uma lista com nomes e do lado do dele estava escrito "óbito", só que mesmo assim disseram que ainda não é certo que seja ele. É muito triste nossa situação, só pedem para aguardar e nunca dizem nada, a gente tem que ficar indo atrás, mas acho que nem eles sabem", critica.

Dos 56 mortos, 36 já foram indentificados. Em entrevista na terça-feira (3), o Departamento de Polícia Técnico-Científica do Amazonas (DPTC) disse que o processo de identificação dos corpos pode levar até um mês. Segundo o órgão, a identificação dos corpos ocorreu por meio de impressão digital, arcada dentária e DNA. Os presos já identificados apresentaram fraturas, dilacerações ou degola.

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Entenda o caso
O primeiro tumulto nas unidades prisionais do estado ocorreu no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), localizado no km 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista). Um total de 72 presos fugiu da unidade prisional na manhã de domingo (1º).

Horas mais tarde, por volta de 14h, detentos do Compaj iniciaram uma rebelião violenta na unidade, que resultou na morte de 56 presos. O massacre foi liderado por internos da facção Família do Norte (FDN).

A rebelião no Compaj durou aproximadamente 17h e acabou na manhã desta segunda-feira (2). Após o fim do tumulto na unidade, o Ipat e o Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM) também registraram distúrbios.

No Instituto, internos fizeram um "batidão de grade", enquanto no CDPM os internos alojados em um dos pavilhões tentaram fugir, mas foram impedidos pela Polícia Militar, que reforçou a segurança na unidade.

No fim da tarde, quatro presos da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Leste de Manaus, foram mortos dentro do presídio. Segundo a SSP, não se tratou de uma rebelião, mas sim de uma ação direcionada a um grupo de presos.

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