segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Rio Mamoré registra nível médio de 7,7m e Marinha descarta nova cheia

Nível atual do Rio Mamoré não representa riscos de uma nova cheia, diz Marinha (Foto: Júnior Freitas/G1)Nível atual do Rio Mamoré não representa riscos de uma nova cheia, diz Marinha (Foto: Júnior Freitas/G1)

A Agência Fluvial da Marinha descartou a possibilidade de haver uma nova cheia do Rio Mamoré em Guajará-Mirim (RO), município localizado na fronteira com a Bolívia a cerca de 330 quilômetros de Porto Velho. Segundo o órgão, o nível atual das águas é medido diariamente e está em 7,70 metros em média, o que não representa riscos, principalmente para os moradores de comunidades ribeirinhas e comerciantes.

Ainda de acordo com a Marinha, o período natural de cheia do rio ocorre de abril a novembro. Entretanto, em 2015 e 2016, não houve excessos durante as medições da régua fluviométrica. O período de vazante acontece de novembro a abril, quando as águas começam a baixar e retroceder. A agência fluvial de Guajará-Mirim é responsável pelo monitoramento dos Rios Mamoré, Guaporé, Pacaás Novos e Madeira.

Em outubro do ano passado, o Mamoré apresentou seu nível mais baixo nos últimos dez anos, quando chegou a estar com 5,50 metros, representando riscos de acidentes para as embarcações, devido aos bancos de areia e pedras que surgiram ao longo do rio.

Cheia histórica de 2014
Em 2014, a cidade foi afetada diretamente durante aproximadamente cinco meses com uma cheia histórica que não ocorria desde a década de 1980. Desde então o órgão faz o monitoramento diário e medições com a régua fluviométrica, que informa em tempo real sobre o nível da água.

Em 2014, Guajará-Mirim sofreu com uma cheia histórica que não ocorria desde a época de 1980 (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)Em 2014, Guajará-Mirim sofreu com uma cheia histórica que não ocorria desde a época de 1980 (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)

Na ocasião, o nível da água chegou a estar em 14,44 metros acima do normal (registrado pela Marinha em abril de 2014) e deixou mais de 500 famílias desabrigadas, além de prejudicar o comércio e deixar vários trabalhadores desempregados.

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O município chegou a ficar isolado do restante do país quando a BR Engenheiro Isaac Bennesby, que antes era chamada de 425, ficou alagada em vários pontos, impossibilitando o tráfego de veículos. Apenas embarcações e transportes aéreos conseguiam passar pelos trechos mais críticos.

Além dos riscos de doenças à população, a enchente influenciou também nos preços de alimentos e produtos de consumo básico como água mineral, óleo e gás de cozinha, que sofreram reajustes nos preços de mais de 50% do valor de mercado.

Desde a época da enchente, a Marinha intensificou a conferência da régua que mede o nível e a profundidade da água. De acordo com a instituição, até hoje não é possível identificar com precisão o que causou o fenômeno, embora alguns fatores sejam estudados e apontados como possíveis causas, como o derretimento das cordilheiras na Bolívia e o aquecimento global.

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