Após decisão da Justiça do trabalho pela suspensão da greve dos motoristas e cobradores de ônibus, os trabalhadores das empresas de transportes rodoviários de Teresina decidiram em assembleia realizada nesta terça-feira (31), interromper a greve até a realização de uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) a ser a realizada nesta quarta-feira (1º).
“Diante da decisão judicial, decidimos suspender a greve até que as empresas confirmem os valores de reajuste colocados pela liminar. Caso a reunião seja boa, vamos encerrar a greve. Se não for, o movimento continua”, disse Francisco das Chagas, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro), informando ainda que toda a frota já está rodando normalmente.
A desembargadora do TRT da 22ª Região - Piauí, Liana Chaib, determinou, em caráter liminar, o reajuste nos salários dos rodoviários de Teresina e a imediata suspensão da greve, até a deliberação final do TRT-PI, sob pena de ser decretada a ilegalidade do movimento.
Ficou determinada ainda a imediata implantação do reajuste de 8,5% nos salários e no plano de saúde dos motoristas, cobradores e fiscais/despachantes, de forma linear. Quanto aos tickets alimentação, a magistrada adotou a proposta feita na audiência de conciliação ocorrida no dia 27 de janeiro e aceita pelas partes, com o seguinte escalonamento: 8% de reajuste para os motoristas, 10% para cobradores e fiscais e 12% para os demais empregados.
Segundo a desembargadora Liana Chaib, ficou comprovado o descumprimento da decisão judicial que determinava a circulação de 70% da frota de ônibus coletivos em horários de pico e de 60% nos demais horários durante a greve.
De acordo com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), às 10h de segunda-feira (30) havia apenas 19,68% da frota operante em circulação, e às 14h40 apenas 11,5% de um total de 442 ônibus, configurando o descumprimento da decisão.
O G1 tentou contato com o Sintetro e, segundo o vice-presidente Francisco das Chagas, o descumprimento em relação à frota partiu das empresas, que ficaram com receio de ter os veículos depredados em possíveis atos de manifestação.
Já está no TRT/PI a ação de dissídio coletivo dos trabalhadores do sistema de transporte coletivo de Teresina. Antes de ser submetida à decisão do Pleno, o Tribunal vai realizar nova audiência de conciliação. Caso as partes não cheguem a um acordo, o dissídio coletivo vai para votação em plenário, que dará a decisão final sobre o reajuste salarial da categoria. Até lá, fica estabelecido o aumento concedido pela desembargadora Liana Chaib.
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