O Greenpeace divulgou novas imagens da expedição que iniciou em 24 de janeiro e que ao longo de 16 dias está mapeando e identificando recifes de corais recém-descobertos na foz do rio Amazonas, na costa do Amapá. Um vídeo divulgado pela organização mostra as primeiras impressões do ecossistema desconhecido, que fica a 100 quilômetros do litoral.
Os pesquisadores estão a bordo do navio Esperanza, considerado o maior barco ecológico do Greenpeace, com capacidade para 40 pessoas. O acesso às profundezas é feito em dois submarinos e o vídeo é narrado pelo biólogo brasileiro Ronaldo Bastos Francini, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Os primeiros corais são observados a 180 metros de profundidade.
Na primeira impressão, o pesquisador identificou a característica comum do recife, composta por esponjas, rodolitos e uma grande estrutura de carbonato de cálcio. O ecossistema tem pelo menos 9.500 quilômetros quadrados em uma área que vai da Guiana Francesa ao Maranhão.
“O recife é contínuo, com algumas manchas de areia e algas calcárias. Muito mais complexo do que poderia imaginar que o recife começasse tão fundo. A princípio a gente esperava que começasse mais raso, a 180 metros, temos as esponjas aparecendo, mas, praticamente, nenhum peixe. Seria possível imaginar um recife tão complexo e tão extenso como esse na foz do rio Amazonas?”, surpreende-se Ronaldo Francini.
A descoberta do recife é recente. Eles foram citados pela primeira vez em maio de 2016 por um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que explorou a costa Leste do Amapá, na fronteira com a Guiana Francesa. Os estudos da época utilizaram redes para recolher fragmentos dos corais. A viagem do Greenpeace é a primeira a descer na área.
A proposta da expedição é chamar a atenção de petrolíferas que ganharam o leilão para explorar a costa do estado, o que, segundo os ativistas, poderia acabar com a vida dos corais.
"Mostramos por que não podemos deixar que empresas explorem petróleo na região da foz do rio Amazonas. Ainda mais se pouco conhecemos esse ecossistema", disse Thiago Almeida, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
Para o Greenpeace, os recifes estão ameaçados pelo fato de estarem localizados dentro dos lotes a serem explorados pelas duas petrolíferas que ganharam a licitação feita pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), em 2013. O arremate total foi de R$ 802 milhões.
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