quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Centro-Oeste de Minas registra mais dois casos de macacos mortos

Vacina contra febre amarela (Foto: André Sobral/ Divulgação Prefeitura de Vitória)Vacina contra febre amarela é recomendada em risco
(Foto: André Sobral/Prefeitura de Vitória)

Duas cidades do Centro-Oeste de Minas aparecem no boletim epidemiológico atualizado nesta terça-feira (21) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) como locais com casos suspeitos de morte de macaco pelo vírus da febre amarela. Carmo do Cajuru tem um caso em investigação (com amostra do animal já em análise laboratorial) e Arcos tem um rumor (que ocorre quando ainda não existe a análise).

As cidades aparecem na tabela 4 do boletim, que engloba os rumores de epizootias, epizootias de primatas não humanos em investigação e epizootias confirmadas para febre amarela por critério laboratorial ou vínculo epidemiológico.

Em nota ao G1, a Secretaria de Saúde de Carmo do Cajuru informou que o animal foi encontrado morto na quinta-feira (16) em uma fazenda no distrito de São José dos Salgados. Trata-se de um mico.

O animal foi recolhido e encaminhado a um laboratório em Belo Horizonte, onde será feita a análise.
Secretaria de Saúde de Carmo do Cajuru

"O animal foi recolhido e encaminhado a um laboratório em Belo Horizonte, onde será feita a análise. O caso foi registrado pela Gerência Regional de Saúde (GRS) e o Município aguarda o resultado do laboratório, que deve ficar pronto em até 40 dias. Ressaltamos que ainda não é possível afirmar que o animal tenha morrido em decorrência da febre amarela e não há necessidade de alarme para população", esclareceu.

Carmo do Cajuru já vacinou 1,6 mil pessoas contra a febre amarela até esta quarta-feira (22). Nesta semana o município recebeu mais 300 doses da vacina. As doses já são distribuídas pela GRS. A Secretaria de Saúde local afirma ainda que trabalha com foco na prevenção, com visitas aos postos de saúde em buscas de usuários que ainda não foram vacinados.

De acordo com o Setor de Zoonoses, o animal foi encontrado em estado de decomposição, o que impossibilita o exame para verificar se a causa é por febre amarela ou outro evento.
Secretaria de Saúde de Arcos

Outro macaco
Já a Secretaria de Saúde de Arcos disse ao G1 que um mico foi achado morto na região do Bairro São Judas, perto da BR-354. "De acordo com o Setor de Zoonoses, o animal foi encontrado em estado de decomposição, o que impossibilita o exame para verificar se a causa é por febre amarela ou outro evento. No entanto, como forma de prevenção, a Secretaria de Saúde já notificou a GRS sobre o caso", acrescentou.

Nesta quinta-feira (23) a equipe de zoonoses deverá fazer uma varredura na região onde o mico foi encontrado, em busca de outros casos do tipo. "É importante afirmar que não há caso de epizootia e nem de febre amarela confirmados em Arcos", alertou.

O órgão garante que toda a zona rural foi visitada por agentes de combate a epidemias e cerca de 90% dos moradores foram vacinados. Nesta semana a equipe de endemias reforça a ação nesse meio, para atender aos trabalhadores que não puderam se vacinar nos dias em que a mobilização foi feita. "Com relação ao perímetro urbano, todos os postos de saúde intensificaram a vacinação, inclusive com a extensão do horário de atendimento", detalhou.

Suspeita da doença em humano na região
A Secretaria de Saúde de Lagoa da Prata divulgou na tarde desta terça-feira (21) o resultado do exame laboratorial que verificou a possibilidade de febre amarela em uma idosa de 60 anos na cidade. O teste deu negativo para a doença. Se fosse confirmado, teria sido o primeiro caso da doença em uma pessoa no Centro-Oeste. Ainda não foram divulgadas informações sobre o atual quadro de saúde da paciente.

Até o momento, a região teve mortes de macacos por febre amarela confirmadas em Japaraíba e São Roque de Minas.

Para entender
Epizootia é uma palavra que vem do grego clássico "epi" (por sobre) e "zoon" (animal). É o conceito utilizado em veterinária e ecologia das populações para qualificar uma enfermidade contagiosa que ataca um número inusitado de animais ao mesmo tempo e na mesma região e que se propaga com rapidez.

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