quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Sem desfile, escolas de samba de Rolim de Moura somam prejuízos

Pacheco ao lado de estrutura dos carros alegóricos abandonados (Foto: Fernanda Bonilha/G1)Pacheco ao lado de estrutura dos carros alegóricos
abandonados (Foto: Fernanda Bonilha/G1)

Após a prefeitura de Rolim de Moura (RO), na região da Zona da Mata, anunciar a suspensão do carnaval, diretores das agremiações estão insatisfeitos e se sentindo prejudicados. O anuncio foi feito pela administração municipal nesta terça-feira (31), através de um comunicado oficial. Em nota prefeitura alega crise financeira.

É no meio do mato que estão os carros alegóricos das escolas de samba de Rolim de Moura. Estruturas de ferro abandonadas e enferrujadas pelo tempo. Não tem desfile no município há cinco anos e, pelo jeito, a situação vai permanecer assim em 2017. Rolim era a única cidade do interior que realizava desfiles no estado.

O presidente da escola Acadêmicos da Liberdade, José Santana Pacheco, afirma que o evento já chegou a reunir mais de 15 mil pessoas na avenida e comentou que todos perdem na cidade. “É muito difícil, a gente pega amor na escola, mas nós não desistimos e ainda vamos ver o sonho de colocar nossa escola de avenida novamente ser realizado”.

O abandono é também o cenário do barracão da Falcões do Planalto. Em 2012, a escola desfilou com mais de 200 integrantes e depois disso, não entraram mais na avenida. “Para nós a falta de incentivo é o maior problema. Desde 2012 não recebemos nenhuma contrapartida do município e sozinhos não conseguimos arcar com todos os custos”, afirma José Maria Teodoro dos Santos, presidente da Falcões.

O primeiro desfile aconteceu no ano de 1996, os anos foram passando e a festa conquistando cada vez mais o coração dos foliões, no evento foram apresentadas até 3 escolas de samba. Segundo o presidente da Falcões mesmo depois de 5 anos, os foliões ainda pedem pela festa. “Somos parados na rua e questionados sobre o tradicional desfile que movimentava as ruas da cidade, mas infelizmente não depende só de nós”, desabafa.

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Com o olhar perdido José Maria admira o que sobrou do imponente Falcão, símbolo da escola que chega atingir seis metros de altura na avenida. “Vocês não imaginam como é lindo ver o carro montado e olhar ele aqui no meio do mato é como perder uma parte de nós”, afirma.

Segundo a diretoria das escolas os desfiles não acontecem mais pela falta de apoio financeiro da prefeitura e também de patrocinadores. Para colocar um carro na avenida o custo giro em torno de 6 mil reais. “Temos muitos custos e sozinhos não conseguimos arcar com tudo”, explica.

Para o presidente somente quem perde com a suspensão do carnaval é o município. “O evento atrai pessoas de várias cidades movimentando o comércio local, além do setor hoteleiro e gastronômico. Esperamos que o prefeito reveja essa situação para os próximos anos e devolva a alegria dos foliões”, conclui Pacheco.

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