de Fernando Silva (Foto: Reprodução/Rede
Amazônica no Amapá)
O tenente da Polícia Militar (PM), Dilermando do Carmo Luz, se entregou na noite desta segunda-feira (20). A informação foi confirmada pela Delegacia de Investigação de Crimes Contra a Pessoa (Decipe), que apura a morte do vigilante Fernando da Silva e Silva, de 25 anos.
O oficial é o considerado pela Polícia Civil como o único autor do assassinato do jovem, executado com um tiro na nuca. O caso ocorreu no sábado (18), em Macapá.
O oficial da PM se entregou no mesmo dia que a 4ª Vara Criminal de Macapá expediu um mandado de prisão preventiva contra ele, a pedido do Ministério Público (MP) do Amapá. Dilermando Luz prestou depoimento ao delegado que apura o caso, Ronaldo Coelho. Ele fez exames na Polícia Técnico Científica (Politec) e depois foi encaminhado ao Centro de Custódia do bairro Zerão, na Zona Sul de Macapá.
A família da vítima acompanhou no lado de fora a saída do tenente do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) do bairro Pacoval, sob gritos de protestos e pedindo por justiça.
no lado de fora (Foto: Narah Rodrigues/Rede
Amazônica no Amapá)
O crime foi no bairro Buritizal, na Zona Sul de Macapá, e aconteceu após uma discussão entre a vítima e o suspeito. Um vídeo, registrado pela câmera de segurança de um estabelecimento comercial, mostra o militar atirando em direção ao jovem. O disparo, efetuado a distância, acertou a nuca do vigilante, que caiu e não reagiu mais. O oficial, que já foi instrutor de tiros em cursos internos da corporação, saiu do local em um carro e não foi encontrado.
O velório de Fernando aconteceu na tarde de domingo (19), e abalados, parentes pediram que o autor dos disparos seja punido. Segundo familiares, a vítima estava desde a noite de sexta-feira (17) comemorando com amigos a conclusão de um curso profissionalizante e a contratação para trabalhar como agente de portaria.
Ele iria iniciar a atividade na segunda-feira. Fernando era solteiro, não tinha filhos e morava em um apartamento do residencial São José, a duas quadras de onde morreu.
O advogado da família da vítima, Alexsandro Gama, revela que o crime foi motivado por uma discussão banal. Ele ainda listou processos na Justiça ao qual o militar foi citado, sendo um por desacato a autoridade. Todos os casos foram concluídos e arquivados e em nenhum dos casos o militar foi preso, mas chegou a pagar R$ 1,5 mil em multas.
Vídeos da ação
Em um dos vídeos divulgados na edição de sábado do Jornal do Amapá, da Rede Amazônica, é possível ver a vítima, que aparece sem camisa, em uma possível discussão com o policial militar, identificado pela camisa listrada.
(Foto: Raimunda Silva/Arquivo Pessoal)
Em outro momento, uma das câmeras registra o momento que a vítima é atingida com um tiro na cabeça enquanto corria para escapar do policial militar. Após ser alvejado, Fernando Silva não consegue reagir e morre. O suspeito sai tranquilamente depois de ter disparado a arma, calibre .40, com outras duas pessoas. O militar e a vítima não se conheciam, segundo familiares.
De acordo com a Polícia Militar, o suspeito estava de folga. Policiais informaram que chegaram a ir à casa do militar, mas ele não foi encontrado. Relatos de testemunhas apontam que Fernando Silva estava ingerindo bebida alcoólica no estabelecimento comercial e discutiu com o suspeito antes de ser morto. O teor da briga, no entanto, não foi revelado.
A PM garante que caso seja provada a autoria do crime, um inquérito será aberto para apurar a conduta do policial.
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