domingo, 5 de março de 2017

Anéis de árvore contêm informações climáticas da floresta, diz pesquisa

Foram analisados os anéis de crescimento de três espécies diferentes de árvores (Foto: Divulgação/Instituto Mamirauá)Foram analisados os anéis de crescimento de três espécies diferentes de árvores (Foto: Divulgação/Instituto Mamirauá)

Pesquisadores descobriram que a partir dos anéis de crescimento de árvores é possível identificar variações climáticas locais e globais, inclusive do passado. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Mamirauá em parceria com a Universidade de São Paulo informou que os anéis podem gerar dados que contribuam para a compreensão dos efeitos das mudanças ambientais e climáticas sobre a floresta.

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Foram analisados os anéis de crescimento de três espécies de árvores encontradas na Reserva Mamirauá, na região do Médio Solimões. As amostras foram coletadas e enviadas ao Laboratório de Anatomia, Identificação e Densitometria de Raios-X da USP, onde passam por análises quanto às suas características físicas, como a densidade.

A partir dos padrões encontrados, a informação relativa ao clima a que as árvores estavam submetidas em determinado espaço de tempo é filtrada. "Não só o clima local, como também padrões e anomalias climáticas globais", afirma Claudio Anholetto, técnico do Programa de Manejo Florestal do Instituto Mamirauá e autor da pesquisa.

De acordo com o Instituto, softwares de análise estatística são utilizados para obter as informações a partir dos anéis de crescimento. Os programas sincronizam as informações contidas nas amostras e retiram as tendências biológicas de crescimento relacionadas às fases de vida das árvores.

Pesquisa foi realizada pelo Instituto Mamirauá em parceria com a USP (Foto: Divulgação/Instituto Mamirauá)Pesquisa foi realizada pelo Instituto Mamirauá em parceria com a USP (Foto: Divulgação/Instituto Mamirauá)

"O software retira certas informações, que chamamos de ruído, deixando a maior quantidade de informação climática. Depois disso, comparamos essa variação de índices com os dados de equipamentos que medem precipitação, temperatura, etc. Com isso, conseguimos avaliar a influência do clima sobre o crescimento. Essa é uma das técnicas que usamos", informou o pesquisador.

Os resultados, ainda segundo o Instituto Mamirauá, também podem subsidiar estratégias com foco em políticas públicas para o Manejo Florestal Comunitário, por exemplo, com o estabelecimento do ciclo de corte, que é o período de repouso necessário para a recuperação da floresta, antes de um novo corte, e também a idade técnica de corte, que seria o diâmetro mínimo da árvore para a exploração.

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