segunda-feira, 20 de março de 2017

Sem rabecão, Polícia Civil conta com apoio de funerárias em Uberlândia

Rabecão demorou mais de 2h30 para recolher corpo em Vitória (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Rabecão é utilizado para transportar corpos
(Foto: Reprodução/TV Gazeta)

A Polícia Civil em Uberlândia conta com o apoio das três funerárias da cidade para realizar o transporte de corpos de vítimas de homicídios, acidentes e outras mortes com suspeita de crime.

De acordo com o delegado-chefe Hamilton Tadeu de Lima, sem o rabecão - veículo apropriado para transporte de corpos - funcionando regularmente na cidade há mais de 25 anos, a polícia precisa do serviço voluntário das funerárias para transporte dos corpos para o Instituto Médico Legal (IML).

"A cidade chegou a ter o rabecão recentemente, mas o veículo estragou e foi para a manutenção em Belo Horizonte, mas em tese sempre funcionou o com o auxílio das funerárias. Após o corpo chegar ao IML é a família que decide se mantém o serviço com a funerária que já atendeu o corpo ou muda de empresa. A única coisa que as funerárias ganham com isso é a chance de conseguir clientes", explicou o delegado.

De acordo com a Polícia Civil, em Minas Gerais apenas Belo Horizonte, Betim, Uberaba, Araxá, Varginha, Governador Valadares, Guanhães, Januária, Janaúba, Ipatinga, João Monlevade, Barbacena, Diamantina e Teófilo Otoni contam com o rabecão, as demais precisam da parceria de serviços funerários para o transporte de corpos. Conforme Hamilton, o veículo que esteve recentemente em Uberlândia após manutenção irá para Contagem.

"Funciona assim: acontece um crime e a PM aciona a Polícia Civil, que aciona as funerárias. O perito realiza o trabalho e os funcionários das funerárias retiram e limpam o corpo do local do acidente ou do crime e levam para o IML. Depois disso, o órgão libera o corpo para a família, que decide qual empresa fará o funeral. Em cidades maiores o rabecão demora até quatro horas para levar um corpo para o IML, como temos as funerárias aqui em Uberlândia não demora nem uma hora geralmente", explicou Hamilton.

Funerárias fazem serviço de investigadores
Em Uberlândia, as funerárias Paz Universal, Ângelo Cunha e Olavo Chaves fazem o serviço em esquema de rodízio e plantão de 24 horas. O delegado explicou que se não fossem estas empresas precisaria tirar oito dos cerca de 160 investigadores da cidade para trabalhar apenas no transporte dos cadáveres.

Mesmo após a manutenção, vamos dispensar o rabecão em Uberlândia. Não é viável tirar investigadores para este trabalho "
Hamilton Lima, delegado-chefe da Polícia Civil

"Mesmo após a manutenção nós vamos dispensar o rabecão aqui. Não é viável tirar investigadores que poderiam estar servindo em importantes investigações policiais para fazerem isso, além disso, não são todos que trabalham com corpos com facilidade. Essa parceria com as funerárias ajuda indiretamente toda a população e se um dia acabar não terá outra maneira a não ser trazer o rabecão de volta", concluiu o delegado.

O G1 entrou em contato com as funerárias, que confirmaram por telefone a parceria com a Polícia Civil. A funerária Olavo Chaves disse que em cerca de 70% das vezes não é ela quem é a responsável pelos corpos após deixa-los no IML, ou seja, não recebe por isso. Mas a empresa afirmou que não pretende deixar a parceria com a Polícia.

A reportagem também tentou contato com a Paz Universal e a Ângelo Cunha para falar mais sobre esse serviço voluntário, no entanto, nenhum responsável estava disponível para entrevista.

A assessoria de comunicação da Polícia Civil não soube informar por quanto tempo o rabecão funcionou em Uberlândia e quando o veículo será utilizado em Contagem.

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