domingo, 30 de abril de 2017

Artistas cearenses amigos de Belchior lamentam morte e lembram de momentos com o cantor: 'Perdemos um talento'

Raimundo Fagner, Rodger Rogério e Mona Gadelha lembram de momentos ao lado do cantor. Belchior morreu na madrugada deste domingo, aos 70 anos.

Belchior durante show em São Paulo em 1979 (Foto: Benedito Salgado/Estadão Conteúdo)Belchior durante show em São Paulo em 1979 (Foto: Benedito Salgado/Estadão Conteúdo)

Belchior durante show em São Paulo em 1979 (Foto: Benedito Salgado/Estadão Conteúdo)

As vozes de artistas cearenses e amigos de Belchior vão da tristeza à descrença com a notícia da morte do cantor, na madrugada deste domingo (30). A morte do cantor cearense, aos 70 anos, no Rio Grande do Sul, deixa um hiato na música brasileira.

Raimundo Fagner, parceiro de Belchior em "Mucuripe" e também integrante do movimento ''Pessoal do Ceará'', acredita que a influência dele será ainda mais acentuada nas novas gerações da música no país. “Para a música cearense, Belchior é muito importante. Ele estava à frente do nosso tempo. Na música brasileira, daqui para frente, vai ser tocado mais. Era um grande poeta. Influenciou a nossa geração, mas vai influenciar ainda mais a próxima. Foi um grande parceiro, apesar de poucas músicas que temos. A música mais importante da nossa parceria foi "Mucuripe" , declarou o artista.

Raimundo Fagner lembra que o último contato entre eles foi em um festival de música, em Canela, no Rio Grande do Sul, em 2008. “Nos vimos dias antes de ele sumir. Nunca sabia onde ele estava. Na festa da música, em Canelas-RS, nós nos encontramos. Batemos papo em uma mesa, tinha vários artistas com a gente: Sérgio Reis, Amado Batista, puxamos um papo, fazia anos que a gente não conversava. Depois, o vi saindo do hotel com a mulher. E nunca mais o vi. Estou surpreso. O telefone não para, falei com o Fausto Nilo, Zeca Baleiro, vou ver como isso vai se desencadear”, disse Fagner.

Fagner lembra das canções feitas em parceria com Belchior (Foto: Katherine Coutinho / G1)Fagner lembra das canções feitas em parceria com Belchior (Foto: Katherine Coutinho / G1)

Fagner lembra das canções feitas em parceria com Belchior (Foto: Katherine Coutinho / G1)

Para o cantor e compositor Rodger Rogério, que gravou o legendário disco "Meu corpo minha embalagem todo gasto na viagem", de 1973, Belchior rompia a fronteira da música e se destacava também pela espiritualidade. Para ele, as letras contestadoras e que viraram hinos são o legado de um compositor "imortal".

“A importância do Belchior é conhecida por todos. Foi de muito sucesso e, por trás desse sucesso, era culto, estudava, intelectual, mas muito ligado também à espiritualidade. Um compositor excelente, um artista maravilhoso. Muito vivo nas ideias. Perdemos um talento”, disse.

Nova geração

A cantora, compositora e jornalista Mona Gadelha lembra com saudosismo dos momentos em que esteve com Belchior. Mona diz que recebeu a notícia sobre a morte do cantor com tristeza, mas afirma que o legado de Belchior vai ficaram sempre presente.

“Minha lembrança é de um compositor muito vigoroso, um homem culto. Convivi muito com ele quando morávamos em São Paulo - hoje moro em Fortaleza. Ele sempre foi uma pessoa muito generosa. Tive o privilégio de gravar três músicas dele; 'Paralelas', 'Galos, Noites e Quintais' e 'Sensual', para o disco "Praia Lírica, Um Tributo à Canção Cearense dos Anos 70".

“É um poeta presente todo o dia. Para mim, o Belchior nunca desapareceu, pois ele é muito marcante. É um letrista genial. É um dos maiores da música brasileira. Mesmo quando surgiu a notícia sobre o desaparecimento, eu nunca senti isso, pois o legado dele sempre esteve comigo. Realmente é uma perda terrível, mas o legado dele é o que fica”, acrescentou.

O cantor e compositor Belchior morreu na madrugada deste domingo (30) em Santa Cruz do Sul (RS). A família não divulgou a causa da morte. O corpo deve ser trazido para o Ceará, onde ocorrerá o sepultamento, cidade natal do artista, segundo a Secretaria de Cultura do Estado.

O traslado do corpo será feito pelo Governo do Ceará, que aguarda liberação das autoridades gaúchas. O horário ainda não foi confirmado, mas a expectativa é que o corpo seja levado ainda neste domingo (30). O Governo do Estado do Ceará confirmou a morte e decretou luto oficial de três dias.

Nascido em 26 de outubro de 1946, Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes foi um dos ícones mais enigmáticos da música popular no Brasil, com quase 40 anos de carreira.

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