Lucas de Oliveira, de 21 anos, sofreu queimaduras e outras lesões em Juiz de Fora. OAB e Movimento Gay de Minas acompanham o caso, que será investigado pela Delegacia de Especializada de Homicídios.
Imagem do jovem ferido foi postada por amigo no Facebook (Foto: Reprodução/Facebook)
“Antes de me agredir eles gritavam que não queriam nenhum ‘viado’ transitando na área deles. Eu não tinha para onde fugir, não tinha para onde correr”, revelou ao G1 o jovem Lucas de Oliveira Alves Ferreira, de 21 anos, que sofreu uma tentativa de homicídio por um grupo de homens encapuzados no dia 12 de abril, em uma avenida de Juiz de Fora.
De acordo com o jovem, ele foi cercado por sete suspeitos que carregavam tacos de madeira, pedaços de cano e artefatos semelhantes a um coquetel molotov, além de bombas de fabricação caseira. A vítima relatou que os agressores o xingaram com palavras de cunho homofóbico, o bateram e o acertaram com um explosivo, causando queimaduras no braço e no rosto.
Em entrevista ao G1, ele contou que só não foi assassinado porque um taxista passou pelo local no momento em que ele estava caído e fez com que os agressores fugissem. “Pedi ao taxista que me levasse direto para casa, pois fiquei com medo de ir para uma unidade de saúde e os agressores me procuraram lá”, disse.
No dia seguinte, a vítima procurou atendimento na Regional Leste, onde foi medicado e liberado. Ele estava com ferimentos no rosto, cabeça, tórax e braço direito. Ele relatou à Polícia Militar (PM) que explicou a origem dos ferimentos para a atendente da unidade, mas ela não acionou a polícia.
A agressão ocorreu no dia 12 de abril, na Avenida Sete de Setembro, no Bairro Costa Carvalho. No entanto, a vítima só registrou a ocorrência na última semana, por medo de novas agressões e por querer evitar a exposição pública. “Eu não queria me expor, mas fui incentivado por amigos e outras pessoas que desejam me ajudar nesta situação”, revelou o jovem.
OAB e MGM acompanha o caso
A presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Juiz de Fora, Regina Guerra, informou que está acompanhando o caso. “Nós não imaginávamos que situações tão graves como esta também aconteciam em Juiz de Fora e estamos acompanhando todo o andamento do caso. É muito importante esta divulgação para que outras vítimas também se manifestem”, destacou.
O diretor do Movimento Gay de Minas (MGM), Marco Trajano, também disse que vai oferecer todo o suporte ao Lucas, tanto através de assessoria jurídica, quanto com acompanhamento psicológico. “É importante que estes casos, que antes eram colocados apenas como agressão, tenham identificação da motivação por homofobia, pois isso demonstra a necessidade de que novas políticas públicas sejam analisadas e criadas para proteção ao grupo LGBT”, defendeu.
Segundo a assessoria da Polícia Civil, o jovem prestou depoimento na segunda-feira (24) ao delegado, Vitor Fiuza, da 6ª Delegacia. Um inquérito foi aberto e as investigações já começaram, no entanto, o caso será encaminhado para a Delegacia Especializada de Homicídios, diante das evidências de que houve uma tentativa de assassinato, onde a vítima deve prestar depoimento nos próximos dias.
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