As duas cidades admitiram mais que demitiram. G1 falou com economistas que pontuaram sobre possível sinal de saída da crise.
Março foi um bom mês no que diz respeito a empregos com carteira assinada em Uberaba e Uberlândia. De acordo com o levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), as duas maiores cidades do Triângulo Mineiro admitiram mais que demitiram no terceiro mês do ano. A vaga que sobressaiu no período nestas cidades foi de motorista de caminhão. (Veja abaixo outros detalhes da pesquisa). O G1 também falou com dois econimistas que avaliaram os dados e opinaram sobre uma possível reação à crise.
Até agora, fevereiro e março foram os meses de 2017 que apresentaram saldos positivos na geração de empregos em Uberlândia. No entanto, os dados ainda mostram que durante os três primeiros meses do ano a cidade contratou 25.163 pessoas e demitiu 25.344. Balanço que indica uma variação negativa de cerca de 1%.
De qualquer forma, em março a cidade admitiu 8.764 empregados e desligou 8.681 pessoas . O setor com melhor saldo foi de agropecuária e com pior saldo o de comércio, que demitiu 2.106 no período. As vagas que mais contrataram neste mês foram: vendedor, motorista de caminhão e trabalhador de cultura de milho e sorgo.
O ano de 2017 é positivo também para geração de empregos em Uberaba e janeiro foi o único em que as demissões superaram as contratações. No entanto, fevereiro e março tiveram saldos positivos. A somatória total também é boa para o município, já que neste ano a cidade contratou 9.324 e demitiu 9.105.
Com relação ao mês de março, a cidade contratou 3.335 pessoas e demitiu 3.221. O setor de indústria de transformação foi o melhor do período e forneceu 373 novas vagas. Já o comércio, a construção civil e o setor de serviços foram os únicos que tiveram variações negativas. As vagas que mais contrataram na cidade foram: motorista de caminhão, faxineiro e vendedor.
Segundo a economista e pesquisadora do Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Marlene Marins de Camargos Borges, mesmo com um saldo positivo em março, ainda não se pode falar em recuperação no mercado de trabalho. Para ela, os números em 2017 não são muito expressivos. “É um sinal muito pequeno ainda e estes dados de março podem ser temporários. Eles ainda não têm grande significado porque o número ainda é muito pequeno” , ponderou.
Borges também acrescentou que o mercado ainda não se recuperou em relação ao fechamento de postos de trabalho nos últimos dois anos. “Não podemos falar em final da crise no mundo do emprego. A crise ainda existe”, ressaltou.
O também economista, Júlio Fernando Costa, reafirmou a visão de Marlene. Segundo ele, o mercado ainda não deu uma resposta positiva. "O que temos é um quadro de estancamento da hemorragia. A queda nas demissões estão sendo aceleradas como foi possível observar nos últimos dois anos. Não houve crescimento significativo, mas os números deixaram de cair tão rápido”, pontuou.
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