'Não queremos promover uma higienização tirando essas pessoas da cidade, mas queremos melhorar a situação desse grupo', diz direção do Creas.
A Secretaria de Assistência Social de Itaúna realiza desde o início deste ano estudos e reuniões frequentes a fim de debater questões relacionadas a pessoas em situação de rua. O principal objetivo, não é criar uma política visando a retirada dessas pessoas das ruas, mas sim minimizar os impactos para quem enfrenta a situação e para a popualção que convive com o problema.
Há quatro meses um levantamento feito pelo Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) revelou o perfil das cerca de 40 pessoas que vivem em situação de rua na área urbana. De acordo com a gerente do Creas, Cristiane Franco, mesmo se tratando de uma população flutuante, este número não modificou muito após os estudos, entretanto, foi possível demarcar um perfil e, a partir dele, ações vêm sendo pensadas e elaboradas diariamente na cidade.
O estudo revelou que a maioria dos moradores em situação de rua enfrenta problemas com o álcool e outras drogas e também conflitos familiares que os levaram a romper os vínculos e partirem para as ruas.
De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social, que coordena as ações do Creas, técnicos percorreram vários pontos da cidade diariamente para identificar os locais onde essa parcela da população se concentra, além de avaliar as condições sob as quais vive e oferecer serviços públicos.
“Técnicos do Creas têm feito diariamente abordagens sociais. Ofertamos os serviços disponíveis, encaminhamos para tratamento de saúde mental quando necessário, encaminhamos também para tratamentos de dependência química em comunidades terapêuticas. Temos ainda uma parceria com uma instituição filantrópica que é Centro de Apoio aos Irmãos de Rua Casa Azul, que oferece café, almoço, banho ou hospedagem em albergue. Ou seja, oferecemos tudo que temos para apoiar essa pessoa em situação de rua”, comentou.
A gerente do Creas ainda destacou que mesmo oferecendo os serviços e com equipes todos os dias que percorrem as ruas com o objetivo de estabelecer contato com estas pessoas, nem sempre o trabalho tem sucesso. “Nem sempre as pessoas respondem às tentativas. Acreditamos que este é um dos nossos desafios, a recusa dos serviços oferecidos. Durante as conversas, percebemos que muitos preferem o estilo de vida livre, sem regras, pois têm dificuldades de se reinserir na sociedade e não têm interesse em reencontrar parentes", ressaltou.
Perfil
A maior parte da população em situação de rua em Itaúna é do sexo masculino. Essas pessoas se aglomeram principalmente nas imediações do terminal rodoviário, como na Praça Alexandrina de Abreu; debaixo de um viaduto na MG-431; no entorno do Mercado Municipal e da linha férrea; nas praças Celi e José Flávio de Carvalho, nas adjacências da Avenida Jove Soares; na Praça Padre João Ferreira, no Cerqueira Lima; em frente à Prefeitura e próximo ao Pronto-Socorro, conforme o relatório.
Várias reuniões em diferentes setores do governo municipal tem sido realizadas para discutir o assunto. Gestores e uma equipe multidisciplinar discutiram as informações colhidas em busca de soluções que tentam promover a reinserção deste público à sociedade por meio de políticas públicas.
“Desde quando este estudo foi feito até o momento notamos que o cenário não mudou muito. É uma população que nos preocupa, preocupa a cidade pelas condições em que vivem e, por isso, estamos convictos de que temos que ser perseverantes, mas não no sentido de criar uma política de higienização, nunca foi nossa intenção, afinal cidades de todo o mundo lidam com esse problema que é histórico. Queremos de fato minimizar esses efeitos para essas pessoas e a população em geral. Gostaria ainda de fazer um apelo à população para que não mantenham essas pessoas nas ruas com doações diversas. Precisamos de políticas públicas corretas para enfrentarmos este problema social ”, finalizou.
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