terça-feira, 23 de maio de 2017

Pastor desaparecido em Japaraíba mentiu sobre sequestro, diz Polícia Civil

Ademir de Paulo Alexandrino desapareceu no dia 5 de maio e retornou cinco dias depois. Em depoimento narrou ter sido sequestrado, mas depois desmentiu. Religioso pode ser indiciado.

A Polícia Cívil esclareceu na tarde desta terça-feira (23) o suposto desaparecimento do pastor Ademir de Paulo Alexandrino, registrado em Japaraíba. O religioso é suspeito de mentir em depoimento e poderá responder pelo crime de comunicação de falso crime. O G1 não conseguiu contato com o pastor para que ele falasse sobre o assunto.

De acordo com o delegado Elmer Flávio Ferreira Mateus Junior, no dia 5 de maio a mulher do pastor registrou um boletim de ocorrência porque o marido não havia retornado do trabalho realizado na cidade de Formiga.

No dia 7 de maio, moradores de Japaraíba fizeram uma manifestação pública na qual pediam mais empenho da Polícia Civil na localização do pastor e exigiam que houvesse apoio do Corpo de Bombeiros.

No dia 10 de maio, o pastor foi encontrado em uma agência bancária de Divinópolis por outro pastor, que era amigo dele. Esse segundo levou o colega de volta para a casa em Japaraíba.

"Foi registrada uma terceira ocorrência, na qual foi relatada a versão dos fatos do pastor Ademir. Ele disse que foi abordado por cinco homens no trevo da cidade de Arcos e que eles o sequestraram por cinco dias", explicou o delegado.

Ainda no depoimento, o pastor contou detalhes da ação dos criminosos. Isso levou o delegado a pedir aos investigadores que refizessem o caminho que os sestradores teriam feito. "Foi constatado que os fatos não aconteceram da maneira relatada. Em um certo momento, o pastor começou a se contradizer e resolveu colaborar, narrando a verdade", disse Elmer Flávio.

Depois, Ademir contou que não houve sequestro. Disse que estava "estressado demais e com muitas responsabilidades". Por causa disso, viajou a Divinópolis, onde passou os dias perambulando. Ele relatou que dormia dentro do próprio carro.

"Ele ainda narrou que foi ao banco para pegar dinheiro a fim de colocar gasolina no carro para retornar para casa em Japaraíba. Assim, encontrou o amigo. O pastor mentiu sobre o sequestro a esse amigo, que então o levou de volta", acrescentou.

Na delegacia, Admir desmentiu a história que ele mesmo havia contado e foi liberado. Segundo o delegado, ao relatar um falso sequestro às autoridades o pastor gerou a mobilização um trabalho policial desnecessário. Por isso ele poderá responder por comunicação da falsa de crime. A pena prevista é de prisão de um a seis meses, mais multa.

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