Cerca de 120 crianças e adolescentes da periferia participam do "Dedo de Verso". Programa foi fundado pelo músico e escritor Enzo Banzo.
Promover a literatura em suas variadas formas é um dos principais pilares do projeto social “Dedo de Verso” com cerca de 120 crianças e adolescentes da periferia de Uberlândia. A iniciativa do escritor e compositor, Enzo Banzo, começou no início de 2017 e ocorre por meio de oficinas e da parceria com o Programa Transforma, no Bairro Alvorada.
Segundo o músico, o projeto foi pensado a partir da necessidade de explorar melhor a manifestação artística através da Literatura, que, na opinião dele, ainda é ministrada de forma superficial nas escolas.
"Normalmente, todo projeto surge da identificação de uma necessidade. A gente percebe que a literatura trabalhada no ensino normal é mais como uma transição de conteúdo. Não é tratada como linguagem para ser artista. Nosso foco é fazer com que a criança e o adolescente se tornem artistas da palavra”, disse.
Os voluntários trabalham em quatro turmas de alunos, com oficinas, workshops e aulas práticas com escritores, cantores e professores que abordam técnicas de criação literária, criação de letra sobre melodia e performance literária.
Uma das atividades desempenhadas por Banzo, por exemplo, é pedir para que os participantes escrevam o nome no quadro e criem, a partir dali, uma paródia. “A literatura pode ser escrita, falada e cantada. Se eu estimulo a criação literária por meio da música, já estou cumprindo um dos objetivos. Até porque toda canção começa da escrita, de uma letra, para depois ser acompanhada da melodia”, explicou.
Enzo é autor do livro “Poesia Colírica” e tem na bagagem mais de 20 canções compostas e gravadas. Também foi diretor musical no grupo Emcantar por mais de uma década e, dessa experiência, trouxe a vontade de continuar transformando a vida de crianças por meio da arte.
“A gente tem visto um resultado muito bom por estarmos trabalhando dentro do universo deles. Na prática, sem que percebam, eles estão aprendendo ferramentas de linguagem e convivendo de um jeito colaborativo, se sentindo reconhecidos e parte da sociedade. Através da capacidade da criação literária, eles se sentem parte de um processo e se sentem valorizados por isso”, concluiu.
O projeto é gratuito e vai se estender até o final de 2017, resultando na apresentação de cinco saraus à comunidade. As apresentações serão conduzidas pelos alunos do projeto, que terão a oportunidade de mostrar os trabalhos desenvolvidos a escolas da rede pública e em um teatro da cidade.
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