terça-feira, 23 de maio de 2017

Vereador pedirá afastamento de prefeito de Perdizes após ele ter sido detido em operação em cidades da região

Fernando Marangoni foi preso em Uberlândia por ter sido flagrado recebendo R$ 20 mil em propina. Operação 'Isonomia' apura contratação ilícita entre prefeituras da região e escritórios de advocacia.

Fernando Marangoni, prefeito de Perdizes (Foto: Reprodução/TV Integração)Fernando Marangoni, prefeito de Perdizes (Foto: Reprodução/TV Integração)

Fernando Marangoni, prefeito de Perdizes (Foto: Reprodução/TV Integração)

A Prefeitura de Perdizes funcionou normalmente nesta terça-feira (23) após a notícia de que o prefeito Fernando Marangoni foi preso em Uberlândia por ter sido flagrado recebendo R$ 20 mil em propina na cidade. A prisão ocorreu durante o cumprimento de mandados da Operação "Isonomia". No fim do dia, Marangoni foi encaminhado ao Presídio Jacy de Assis, em Uberlândia.

Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura, o vice-prefeito Vinícius Barreto só vai se posicionar depois que o caso for apurado. Enquanto isso, ninguém quis comentar o assunto. Já o vereador Luiz Fábio Vieira (PSDB) relatou que a princípio será pedido o afastamento de Fernando Marangoni para apuração do caso. “Devemos tomar as medidas cabíveis, que é o pedido do afastamento do prefeito por um tempo para apuração dos fatos e, constando a veracidade, entrar com pedido de cassação”, completou.

A operação foi desencadeada pelo Ministério Público Estadual (MPE), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia e da Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, e contou com quatro promotores, 45 policiais militares e rodoviários federais e 12 viaturas policiais.

Operação "Isonomia"

A investigação apura a contratação irregular de um escritório de advocacia situado em Uberlândia para prestação de serviços de compensação de créditos tributários a prefeituras do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, nos anos de 2015 e 2016.

Os mandados foram cumpridos em Uberlândia, Canápolis, Carmo do Paranaíba e Presidente Olegário. Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e um mandado de condução coercitiva. Além disso, o ex-prefeito de Canápolis, Diógenes Borges, foi autuado por porte ilegal de arma de fogo.

O atual secretário municipal de Governo de Canápolis, Tiago Rodrigues, disse que o Município não poderia se manifestar uma vez que os mandados foram cumpridos na casa do ex-prefeito e não houve nenhuma notificação para a Prefeitura. Disse, ainda, que as informações que recebeu sobre a prisão do político foram por meio da imprensa. As ligações para o celular de Diógenes não foram atendidas.

A apuração do Gaeco dá conta de que as contratações entre as prefeituras e o escritório ocorriam sem a realização de processo licitatório em razão de tráfico de influência exercido pela Ribeiro Silva. A reportagem entrou em contato com o proprietário do escritório, Rodrigo Ribeiro, porém as ligações não foram atendidas.

A operação foi denominada “Isonomia” em virtude de os lucros originados da prestação de serviços advocatícios serem divididos isonomicamente para o escritório responsável por influenciar os municípios a fazer a contratação e, a outra metade, para o escritório contratado e responsável pela execução dos serviços.

Há a informação de que em alguns municípios o chefe do Executivo chegou a solicitar pagamento de vantagem ilícita, no valor de 20% do valor efetivamente pago a título de honorários, e que parte desses valores foi paga.

Os trabalhos de investigação e cumprimento de mandados contaram com o apoio do núcleo de Patos de Minas do Gaeco de Uberaba. Ao todo, participaram dos trabalhos 45 policiais militares e rodoviários federais, 12 viaturas policiais e os promotores de Justiça Daniel Marotta, Adriano Bozola, Renata Santos e Luiz Henrique Borsari.

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