Fernando Marangoni foi preso em Uberlândia por ter sido flagrado recebendo R$ 20 mil em propina. Operação 'Isonomia' apura contratação ilícita entre prefeituras da região e escritórios de advocacia.
A Prefeitura de Perdizes funcionou normalmente nesta terça-feira (23) após a notícia de que o prefeito Fernando Marangoni foi preso em Uberlândia por ter sido flagrado recebendo R$ 20 mil em propina na cidade. A prisão ocorreu durante o cumprimento de mandados da Operação "Isonomia". No fim do dia, Marangoni foi encaminhado ao Presídio Jacy de Assis, em Uberlândia.
Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura, o vice-prefeito Vinícius Barreto só vai se posicionar depois que o caso for apurado. Enquanto isso, ninguém quis comentar o assunto. Já o vereador Luiz Fábio Vieira (PSDB) relatou que a princípio será pedido o afastamento de Fernando Marangoni para apuração do caso. “Devemos tomar as medidas cabíveis, que é o pedido do afastamento do prefeito por um tempo para apuração dos fatos e, constando a veracidade, entrar com pedido de cassação”, completou.
A operação foi desencadeada pelo Ministério Público Estadual (MPE), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia e da Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, e contou com quatro promotores, 45 policiais militares e rodoviários federais e 12 viaturas policiais.
Operação "Isonomia"
A investigação apura a contratação irregular de um escritório de advocacia situado em Uberlândia para prestação de serviços de compensação de créditos tributários a prefeituras do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, nos anos de 2015 e 2016.
Os mandados foram cumpridos em Uberlândia, Canápolis, Carmo do Paranaíba e Presidente Olegário. Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e um mandado de condução coercitiva. Além disso, o ex-prefeito de Canápolis, Diógenes Borges, foi autuado por porte ilegal de arma de fogo.
O atual secretário municipal de Governo de Canápolis, Tiago Rodrigues, disse que o Município não poderia se manifestar uma vez que os mandados foram cumpridos na casa do ex-prefeito e não houve nenhuma notificação para a Prefeitura. Disse, ainda, que as informações que recebeu sobre a prisão do político foram por meio da imprensa. As ligações para o celular de Diógenes não foram atendidas.
A apuração do Gaeco dá conta de que as contratações entre as prefeituras e o escritório ocorriam sem a realização de processo licitatório em razão de tráfico de influência exercido pela Ribeiro Silva. A reportagem entrou em contato com o proprietário do escritório, Rodrigo Ribeiro, porém as ligações não foram atendidas.
A operação foi denominada “Isonomia” em virtude de os lucros originados da prestação de serviços advocatícios serem divididos isonomicamente para o escritório responsável por influenciar os municípios a fazer a contratação e, a outra metade, para o escritório contratado e responsável pela execução dos serviços.
Há a informação de que em alguns municípios o chefe do Executivo chegou a solicitar pagamento de vantagem ilícita, no valor de 20% do valor efetivamente pago a título de honorários, e que parte desses valores foi paga.
Os trabalhos de investigação e cumprimento de mandados contaram com o apoio do núcleo de Patos de Minas do Gaeco de Uberaba. Ao todo, participaram dos trabalhos 45 policiais militares e rodoviários federais, 12 viaturas policiais e os promotores de Justiça Daniel Marotta, Adriano Bozola, Renata Santos e Luiz Henrique Borsari.
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