quinta-feira, 1 de junho de 2017

Criança morre em UPA em Divinópolis e família alega que houve complicações após alta médica

Menina de 4 anos foi medicada e liberada. Quase 12 horas depois, paciente voltou ao local com quadro pior e faleceu. Diretor diz que é preciso avaliação técnica; G1 aguarda posição da Secreria de Saúde.

Emily Emanuele Alves da Silva, de 4 anos, morreu em UPA de Divinópolis (Foto: Joelma Silva/Arquivo pessoal)Emily Emanuele Alves da Silva, de 4 anos, morreu em UPA de Divinópolis (Foto: Joelma Silva/Arquivo pessoal)

Emily Emanuele Alves da Silva, de 4 anos, morreu em UPA de Divinópolis (Foto: Joelma Silva/Arquivo pessoal)

Uma criança de quatro anos morreu durante a madrugada desta quinta-feira (1º) na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto, em Divinópolis. De acordo com a família, Emily Emanuele Alves da Silva teve complicações após receber uma medicação no local e ser liberada. O G1 procurou a direção da UPA, que disse que seria preciso fazer uma avaliação técnica do prontuário da paciente e que qualquer informação oficial sobre o caso só pode ser fornecida pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa). A reportagem aguarda retorno do órgão municipal.

A mãe da menina, Joelma Alves da Silva, disse que a filha deu entrada na UPA por volta das 8h de quarta-feira (31) com fortes dores de cabeça, 39 graus de febre e vomitando. "Ela foi atendida pelo médico Rubem Gomes da Silva. Ele disse que podia ser alergia e passou antialérgico, que ela tomou na UPA. Depois, fomos liberadas", lembrou.

Quase 12 horas depois, por volta das 19h, a mãe levou a filha novamente à UPA, porque além de dores, a filha passou a ter manchas vermelhas pelo corpo. "Ela foi internada e morreu às 1h52. Acredito que tenha sido reação alérgica ao medicamento que ela recebeu", disse a mãe ao G1.

Documento emitido por médico aponta possíveis causadas da morte de Emily (Foto: Reprodução/TV Integração)Documento emitido por médico aponta possíveis causadas da morte de Emily (Foto: Reprodução/TV Integração)

Documento emitido por médico aponta possíveis causadas da morte de Emily (Foto: Reprodução/TV Integração)

Drama da liberação

Ainda segundo a mãe, durante a manhã, a UPA liberou o corpo para autópsia. Um documento assinado pelo mesmo médico Rubem Gomes da Silva e destinado ao legista que faria a autópsia diz que a paciente chegou à unidade com relatos de febre, vômitos, prostração e equimoses pelo corpo, que começaram no dia 31 e evoluíram de forma rápida.

Também cita "choque frio". No campo marcado como o da impressão diagnóstica, o médico informa que a morte ocorreu por choque séptico e questiona: "Meningocoemia? H1N1? Dengue?".

Esse documento seguiu junto com o corpo para o Cemitério Municipal Parque da Colina. No cemitério, a equipe teria se recusado a fazer a autópsia, alegando que esse procedimento só é feito em casos de acidentes ou quando a pessoa morre em casa.

O corpo da menina foi encaminhado de volta à UPA. Segundo a mãe, por volta das 12h ele ainda não havia sido liberado pela equipe médica. Porém, na parte da tarde, uma médica chamada Ana, cujo sobrenome a mãe diz não se lembrar, teria a aconselhado a aceitar a liberação do corpo para o enterro sem passar por necropsia.

"A médica me disse que não compensava ficar tentando a autópsia do corpo hoje, aí eu deixei isso para lá. Ela também me orientou a não dar entrevista à imprensa sobre o caso”, comentou a mãe.

Às 15h20, Joelma estava no salão da Vila Vicentina, no Bairro Niterói, esperando pela chegada do corpo da filha para o velório. "Eu acho que a medicação que deram à minha filha na UPA não foi a correta, porque dores de cabeça e vômitos não têm a ver com alergia", disse a mãe.

Posicionamentos

O G1 fez contato por telefone com o diretor da UPA, Marco Aurélio Lobão. Ele disse que qualquer informação sobre a evolução do quadro de um paciente precisa antes passar pelo crivo da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).

"Se houver qualquer questionamento sobre morte é preciso que o caso passe pelo serviço de verificação. Porém, esse serviço tem que ser feito após uma avaliação técnica do prontuário do paciente, para que não se corra riscos de levantar suspeita ou acusação indevida. A gente entende que exista a dificuldade da perda para a família, mas é preciso ter precaução com as informações", explicou.

O G1 pediu informações à UPA sobre a morte de Emily, respostas com relação aos questinamentos da mãe da menina e sobre a não realização da autópsia no Cemitério Parque da Colina. A reportagem ainda aguarda retorno do órgão.

Parentes de Emily Silva aguardam por respostas em UPA de Divinópolis (Foto: Reprodução/TV Integração)Parentes de Emily Silva aguardam por respostas em UPA de Divinópolis (Foto: Reprodução/TV Integração)

Parentes de Emily Silva aguardam por respostas em UPA de Divinópolis (Foto: Reprodução/TV Integração)

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