Agentes da Penitenciária Federal de Porto Velho reivindicaram, nesta quinta-feira (20), o fim do contato físico dos presos com as visitas. O pedido foi feito em uma solenidade em homenagem a três agentes mortos em uma unidade prisional.
Segundo investigação da Polícia Federal (PF), dois dos agentes que morreram no Rio Grande do Norte (RN) tiveram as mortes encomendadas por chefes de facções do crime organizado.
O agente penitenciário federal, Siqueira Neto, explicou o motivo da solenidade realizada na Penitenciária Federal de Rondônia.
"Na verdade nós estamos fazendo uma homenagem aos três colegas que foram brutalmente assassinados. Já foi provado pela PF pela inteligência do Sistema Penitenciário Federal que as ordens surgiram de dentro das penitenciárias federais", explicou Neto.
Segundo o agente, a principal vulnerabilidade das penitenciárias federais são as visitas tendo contato físico com os apenados.
"A gente tá reivindicando que os agentes tenham essa possibilidade de evitar essa visita com contato e que as visitas sejam mantidas em parlatório. O Sistema Penitenciário Federal foi criado para isolar as lideranças e, por isso, que ele tem toda essa estrutura, porém a vulnerabilidade é essa visita com contato", afirmou Neto.
De acordo com o diretor da Penitenciária Federal de Porto Velho, Cristiano Torquato, desde o dia 28 de maio as visitas com contato físico estão suspensas.
"O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) editou duas portarias: uma por 30 dias, suspendendo todas as visitas e outra prorrogando por mais 30 dias e permitindo as visitas por parlatório monitorado, separados por vidro.Essas visitas foram realizadas no último mês nessa metodologia e nesse período evidentemente tudo monitorado por questão judicial e não há possibilidade alguma de prática criminosa", informou Torquato.
Conforme nota enviada pelo Sindicato dos Agentes Federais de Execução Penal de Rondônia (SINDAFEP/RO), "o ato solene homenageará guerreiros que foram mortos em razão de suas funções".
Operação Espístolas
A Polícia Federal deflagrou no dia 24 de maio a Operação Epístolas, que apontou que Fernandinho Beira-mar, mesmo preso, chefiava negócios que chegaram a movimentar R$ 9 milhões, por meio de bilhetes que ele enviava para familiares e advogados através de comparsas na penitenciária.
Segundo investigações, o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-mar, estava enviando ordens do presídio federal de Porto Velho, em Rondônia, para advogados e integrantes de sua família em outros estados.
A Polícia Federal (PF) cumpriu 35 mandados de prisão, 27 de condução coercitiva e 86 de busca e apreensão nos estados do Rio, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Ceará e no Distrito Federal nesta quarta-feira.
No dia 25 de maio o traficante Fernandinho Beira-Mar foi transferido para a Penitenciária Federal de Rondônia para o Presídio Federal de Mossoró no Rio Grande do Norte.
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