domingo, 30 de julho de 2017

Polícia Civil alega dificuldades para encaminhar animais resgatados para reabilitação no AP

Araras foram últimos animais transferidos para a unidade do Cetas, em Macapá (Foto: Jéssica Alves/G1)Araras foram últimos animais transferidos para a unidade do Cetas, em Macapá (Foto: Jéssica Alves/G1)

Araras foram últimos animais transferidos para a unidade do Cetas, em Macapá (Foto: Jéssica Alves/G1)

Depois do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) suspender temporariamente o recebimento de animais silvestres, a Delegacia de Meio Ambiente (Dema) do Amapá afirma ter dificuldades para onde encaminhar os bichos resgatados em operações para passarem por reabilitação.

“Nós dificilmente vamos poder realizar prisão em flagrante com apreensão, porque não temos para onde enviar esses resgatados, principalmente se forem dóceis, com nível de interferência humana muito grande, porque dificulta a reabilitação à natureza”, disse o titular da Dema, Sávio Pinto.

O Cetas, que é administrado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) enviou um ofício à Polícia Civil do Amapá informando da medida na quarta-feira (26).

Medida foi tomada após o vencimento do contrato com os tratadores de animais (Foto: Reprodução/Grupo Rede Amazônica)Medida foi tomada após o vencimento do contrato com os tratadores de animais (Foto: Reprodução/Grupo Rede Amazônica)

Medida foi tomada após o vencimento do contrato com os tratadores de animais (Foto: Reprodução/Grupo Rede Amazônica)

O contrato com a empresa terceirizada que disponibiliza os tratadores venceu no dia 21 de julho e o Ibama aguarda a certificação administrativa para fazer nova licitação, e em seguida a contratação.

A previsão é que a liberação aconteça até segunda-feira (31). O processo deve ser encerrado entre 15 e 45 dias. A instituição estaria recebendo somente animais enviados por outras unidades do Ibama ou gravemente debilitados, devido à falta de tratadores na unidade.

“Sem os profissionais, a gente fica limitado em receber os animais que precisam de tratamento diferenciado. Não quer dizer que estamos dispensando todos os resgatados. Em casos de urgência ou caso especial, vamos receber. Os tratadores não estão indo, mas redirecionamos servidores do Ibama para acompanhar os animais já internados”, informou o superintendente, Leonardo Melo.

O tempo de recuperação dos animais em reabilitação depende do nível de domesticação e do estado de saúde deles, segundo o superintendente. Os últimos bichos recebidos pelo Cetas foram 8 araras vítimas de tráfico encaminhadas pelo estado de Pernambuco no dia 19 de julho.

Macaco domesticado foi resgatado após ser ofertado na internet por R$ 130; animal foi levado para reserva (Foto: Dema/Divulgação)Macaco domesticado foi resgatado após ser ofertado na internet por R$ 130; animal foi levado para reserva (Foto: Dema/Divulgação)

Macaco domesticado foi resgatado após ser ofertado na internet por R$ 130; animal foi levado para reserva (Foto: Dema/Divulgação)

Unidades de reabilitação

Segundo o Ibama, não há instituições no estado certificadas para reabilitação de animais além do Cetas. Na quarta-feira (26), a Dema fez o resgate de um macaco, que estava sendo ofertado no valor de R$ 130.

Dócil, o animal precisa de uma reabilitação à vida na floresta. Com a suspensão do recebimento no Cetas, o macaco foi recebido na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) - Revecom, localizada em Santana, a 17 quilômetros da capital, onde recebe tratamento com biólogo.

“Existem as reservas como a de Santana e do Curralinho, mas desconheço a estrutura com biólogos com possibilidade de reabilitar os animais, recondicionando eles a voltarem à vida na natureza como é no Cetas”, lembrou o delegado.

O titular da Dema afirmou que, por enquanto, a maioria dos animais apreendidos nas operações deverão ser soltos em áreas florestais. “O meio ambiente não está sendo priorizado”, finalizou Sávio Pinto.

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