quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Diagnosticada com 'Síndrome do Bebê Azul', criança aguarda na UTI por cirurgia

Arthur Lopes, de 6 meses, tem síndrome de down e tetralogia de fallot (Foto: Vanessa Lopes/Arquivo Pessoal)Arthur Lopes, de 6 meses, tem síndrome de down e tetralogia de fallot (Foto: Vanessa Lopes/Arquivo Pessoal)

Arthur Lopes, de 6 meses, tem síndrome de down e tetralogia de fallot (Foto: Vanessa Lopes/Arquivo Pessoal)

Diagnosticado com a rara "Síndrome do Bebê Azul", o pequeno Arthur Lopes, de 6 meses, aguarda por uma cirurgia para corrigir uma má-formação cardíaca que ele tem desde que nasceu. A família pediu ajuda à Justiça Federal para que a criança seja submetida ao procedimento, que não é ofertado no Amapá.

Além de ter a doença de tetralogia de fallot, o menino foi diagnosticado com síndrome de down. Ele está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), em Macapá, há quase 3 meses, devido a complicações provocadas pela baixa imunidade do organismo.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que “aguarda agendamento no estado de Goiás, para onde o atendimento foi direcionado”.

“O Arthur é o que eu mais tenho de precioso. O tempo todo ele corre risco de infecção no hospital porque a imunidade dele é baixa por causa da doença. Se eu não correr atrás, ele não vai ter a expectativa de ter uma vida saudável. Eu tenho que ter forças para levantar todo dia e correr atrás de tudo por ele”, falou a mãe do bebê, Vanessa Lopes.

Vanessa Lopes deixou de trabalhar para se dedicar aos cuidados do Arthur (Foto: Vanessa Lopes/Arquivo Pessoal)Vanessa Lopes deixou de trabalhar para se dedicar aos cuidados do Arthur (Foto: Vanessa Lopes/Arquivo Pessoal)

Vanessa Lopes deixou de trabalhar para se dedicar aos cuidados do Arthur (Foto: Vanessa Lopes/Arquivo Pessoal)

Terceiro filho da técnica em enfermagem, de 30 anos, Arthur viveu os primeiros 3 meses tranquilo, segundo Vanessa. Em abril, ele teve uma febre e foi levado para o hospital, onde foi internado. No início daquele mês, ele precisou ser transferido para a UTI, com dificuldades para respirar.

Vanessa informou que atualmente o quadro de saúde do bebê é estável, mas ele precisa ganhar peso. O menino está cadastrado na Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC), sistema que deverá ser usado para transferi-lo a um hospital especializado.

O advogado da família Nivaldo de Almeida ajuizou uma ação com pedido de tutela de urgência na Justiça Federal. O juiz João Bosco, da 2ª Vara, determinou no dia 10 de julho que o Estado e a União façam, com urgência, a transferência de Arthur para um hospital que tenha leito disponível na UTI e onde possa ser feito o procedimento.

Segundo Almeida, o juiz também determinou pagamento de multas, caso a medida não fosse cumprida em até 48 horas após a intimação das partes. Ao Estado e à União, a multa diária é de R$ 5 mil; e ao secretário de Saúde, de R$ 3 mil, a cada dia.

“A decisão não foi cumprida efetivamente. O Estado recorreu, mas ainda não houve resposta a esse recurso e a decisão continua válida. Dentro da decisão há previsão de mandado de prisão em caso de descumprimento. Até o momento, a gente está vendo que aplicar as multas não está tendo efeito”, informou o advogado.

Bebê está internado desde maio na UTI do Hospital da Criança e do Adolescente, em Macapá (Foto: Vanessa Lopes/Arquivo Pessoal)Bebê está internado desde maio na UTI do Hospital da Criança e do Adolescente, em Macapá (Foto: Vanessa Lopes/Arquivo Pessoal)

Bebê está internado desde maio na UTI do Hospital da Criança e do Adolescente, em Macapá (Foto: Vanessa Lopes/Arquivo Pessoal)

Os pais do bebê fazem duas visitas diárias ao menino e, por isso, a mãe não está mais trabalhando. Para a família, cada dia que passa é uma corrida contra o tempo para manter o pequeno Arthur vivo e com saúde.

“Ele descompensa muito rápido. As equipes médicas e de enfermagem ajudam muito, mas ele precisa dessa cirurgia. Precisamos de uma vaga de UTI para UTI em um hospital de complexidade que aceite o meu filho. É a vida do meu filho. É muito difícil ficar sem ele”, declarou a mãe.

Sobre os procedimentos da transferência da criança, a Sesa informou que fez a inclusão de Arthur Lopes na CNRAC em junho, antes da decisão judicial. A instituição explicou que a central é uma lista nacional e o deslocamento depende do agendamento do hospital para onde o paciente é direcionado.

Na nota, a Sesa declarou que havia a possibilidade de Arthur ser operado pelos médicos do projeto Cardiostart, em Macapá, entre os dias 30 de julho e 10 de agosto, mas o menino não conseguiu ganhar peso a tempo para garantir o atendimento.

O G1 aguarda retorno do Ministério da Saúde sobre a judicialização do processo cirúrgico do bebê Arthur.

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