terça-feira, 1 de agosto de 2017

'Falava que se eu contasse, meus pais iam me bater', diz jovem estuprado por pedreiro por dois anos

Jovem relatou ameaças feitos por homem que o estuprou por dois anos (Foto: Reprodução/TV Integração)Jovem relatou ameaças feitos por homem que o estuprou por dois anos (Foto: Reprodução/TV Integração)

Jovem relatou ameaças feitos por homem que o estuprou por dois anos (Foto: Reprodução/TV Integração)

A Policia Civil investiga vários crimes sexuais cometidos por um pedreiro que foi preso em Juiz de Fora no dia 25 de julho.

Após a divulgação da denúncia de dois casos contra uma criança e uma adolescente, outras vítimas procuraram a polícia.

O suspeito tem 54 anos e foi condenado a sete anos de prisão. A sentença dele é de um caso ocorrido em 2006.

Uma das vítimas foi um jovem, de 19 anos, que foi abusado pelo pedreiro dos sete aos nove anos de idade. Sem identificação, ele narrou como os estupros ocorriam.

“Ele me ameaçava da seguinte forma: ele me falava que se eu contasse os meus pais iam me bater. Ele contava de outros casos, de meninos que ele abusava e que contaram para os pais, e os pais deles batiam muito neles por eles terem feito isso. E eu tinha muito medo disso”, disse.

Vítima relata ação de pedreiro preso por estupro em Juiz de Fora

Vítima relata ação de pedreiro preso por estupro em Juiz de Fora

A mãe dele disse que a filha mais nova também foi vítima do abuso e que não desconfiava dos atos libidinosos. Depois da prisão do homem, ela decidiu quebrar o silêncio.

"A gente confiava nele, né? A gente ia na casa dele, as crianças dormiam lá. Tinha uma boa amizade. Eu jamais poderia pensar que ele fosse capaz disso. Eu não vou acabar com a pedofilia, mas ele a gente vai parar. Ele não vai fazer mais isso", afirmou.

Ela disse ainda que se arrepende de não ter contado sobre os relatos dos filhos anteriormente. "Isso me cortou muito o coração, porque se eu tivesse aberto a minha boca na época ele não teria feito essas meninas de vítima também. Fora outras crianças que a gente não sabe", concluiu.

Irmãos denunciaram que também foram abusados por pedreiro preso nesta semana em Juiz de Fora (Foto: Roberta Oliveira/G1)Irmãos denunciaram que também foram abusados por pedreiro preso nesta semana em Juiz de Fora (Foto: Roberta Oliveira/G1)

Irmãos denunciaram que também foram abusados por pedreiro preso nesta semana em Juiz de Fora (Foto: Roberta Oliveira/G1)

Condenado por abuso e investigado por estupros

O homem foi preso por cumprimento de um mandado após condenação a sete anos de reclusão por ato violento ao pudor, por mais de uma vez, contra uma menina de oito anos em 2006. Na terça-feira, a delegada Ione Barbosa explicou que não cabe mais recurso e que a condenação foi por um crime antes da mudança da lei, que está mais rigorosa.

"Hoje, estupro de vulnerável é qualquer ato libidinoso, não precisa necessariamente ter a conjunção carnal para se configurar estupro. Na época do primeiro fato, era considerado ato violento ao pudor, a pena era menor, por isso ele pegou sete anos. Hoje este mesmo crime é considerado estupro, se não for reincidente, são 15 anos de reclusão", afirmou.

O inquérito em andamento que apura o estupro das irmãs foi resultado da denúncia da mãe delas no início deste mês.

“O que colhemos até agora são indícios veementes de que ele realmente teria abusado destas menores. Teria usado da inocência delas. Em um primeiro momento pegou o telefone da mais velha e iniciou contato via whatsapp sem a mãe saber. A mãe tomou conhecimento porque ela chorava muito, estava tendo uma conduta que não era normal, estava triste, abalada, chorando e a mãe procurou saber", comentou.

Delegada Ione Barbosa (Foto: Roberta Oliveira/G1)Delegada Ione Barbosa (Foto: Roberta Oliveira/G1)

Delegada Ione Barbosa (Foto: Roberta Oliveira/G1)

De acordo com a ocorrência, a mãe se passou pela filha no aplicativo de mensagens e conseguiu respostas em áudio do homem, o que ajudou a confirmar a suspeita dela do abuso da mais velha. Depois, a caçula também contou que tinha sido vítima.

"Ao pegar o telefone, ela viu as mensagens que tinham teor picante. Ele queria encontrar com a menina e estava de alguma forma tentando se aproximar dela. Diante disso, a mãe conversou com a filha e chegou à conclusão de que ele teria abusado dela. Não só dá de 12 anos, mas também da irmã. Ela só falou depois, na delegacia. A gente usou uma psicóloga e ela acabou falando que tinha sido abusada também", explicou.

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