Pedro Nazaré Macedo, de 78 anos, aguarda cirurgia para retirada de tumor (Foto: João Cláudio Macedo/Arquivo Pessoal)
O drama de pacientes que aguardam cirurgias no Hospital das Clínicas Dr. Alberto Lima (Hcal), em Macapá, está cada vez mais constante. O aposentado Pedro Nazaré Macedo, de 78 anos, tenta desde maio fazer a retirada de um tumor que atingiu os intestinos. Segundo familiares, o procedimento foi desmarcado nove vezes.
Única unidade de especialidades da rede pública no Amapá, o Hcal informou, em nota, que tem todos os materiais necessários para a intervenção e que a cirurgia do paciente foi remarcada para quinta-feira (31).
Segundo o filho de Pedro, o autônomo João Cláudio Macedo, de 49 anos, foram alegados diversos motivos para as remarcações, como falta de materiais correlatos e ausência de leitos.
Ele diz que a família se preocupa com o agravamento do estado de saúde do idoso que tenta retirar o tumor colorretal há quase 4 meses.
“Já foram várias vezes que eles adiaram a cirurgia do meu pai, e sempre com uma nova desculpa, sempre alegando a falta de materiais. Esse tumor está se agravando e meu pai sente muitas dores. Ele precisa fazer a cirurgia, pois a saúde dele pode piorar. Não sabemos mais o que fazer”, lamentou Macedo.
Hcal é o único hospital com tratamento especializado da rede pública estadual (Foto: Fabiana Figueiredo/G1)
Na nota enviada pelo hospital, o Estado informou ter todo o material necessário para a realização do procedimento, mas que, para realizar a cirurgia, é preciso que na terça-feira exista leito vago na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) para retaguarda, em razão da gravidade da intervenção.
Desde o início de agosto, pacientes reclamam de suspensão de cirurgias devido à falta de materiais. No dia 3, as cirurgias eletivas, principalmente de pacientes ortopédicos, deixaram de ser feitas, pela ausência de materiais correlatos, incluindo o "fio cirúrgico", usado em suturas.
Já no dia 8, a unidade passou a não realizar procedimentos cirúrgicos em pacientes que estavam em tratamento na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), pelo mesmo motivo.
No dia 14 de agosto, o governo informou que retomou a realização gradativa de intervenções de baixa complexidade, conforme fornecedores entregam materiais.
A situação das cirurgias no Hcal é alvo de reclamações recorrentes. A mesma informação da falta de correlatos foi registrada pelo G1 em julho, onde pacientes ortopédicos de muletas, com gesso e cadeira de rodas estavam à espera dos procedimentos.
Em julho, pacientes pediam a realização de cirurgias otorpédicas no Hcal (Foto: Jéssica Alves/G1)
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