quinta-feira, 25 de maio de 2017

Mais de 30% dos partos realizados na maternidade pública do Amapá ainda são cesáreas

Índice de partos com intervenção cirúrgica tem reduzido ao longo dos últimos 4 anos. Direção da maternidade diz que percentual pode ser diminuído com acompanhamento de pré-natal.

Na única maternidade pública do Amapá, 32,8% das grávidas foram submetidas a cesareanas para dar à luz em 2016, informou o Hospital Maternidade Mãe Luzia, em Macapá. O índice caiu em relação a 2015, quando houve o registro de 33,4% de cesáreas, mas, ainda não é o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 25% a 30%. A média nacional ultrapassa os 50% dos partos nos hospitais.

Em 2016, dos 7.671 partos realizados na maternidade pública, 2.523 foram feitos com intervenção cirúrgica e 5.148 foram partos normais. Em 2015, o índice de cesáreas era de 33,4%; e em 2014, de 33,9%.

O diretor da maternidade, Ivo Melo, lembra que o hospital é referência na região e que atende a partos de habitual, médio e alto risco, e que, por isso, o índice não chegará ao que prevê o Ministério da Saúde.

“A gente atende tanto parto de risco habitual quanto cesáreos, então nunca vamos bater a meta do Ministério da Saúde por termos esse fluxo de atendimento. Inclusive, a gente é penalizado por isso. Mas temos mantido as boas práticas de saúde à mulher, permitindo que se alimente, tenha acompanhante, não use remédios que estimulem o parto. Isso faz com que a gente tenha parto normal, mesmo com gravidez de risco”, diz Melo.

De acordo com o diretor, desde 2014, as grávidas passam pelo centro de parto intra-hospitalar da unidade e recebem tratamento de acordo com o que preconiza o Ministério da Saúde, da entrada até o pós-parto.

No estado, segundo ele, o número de partos está ligado a alguma urgência obstétrica ou emergência fetal, ou seja, complicações que levem risco de vida à mãe ou ao bebê. Entre os casos mais comuns, aparecem a hipertensão na gravidez, que poderia ser acompanhada durante o pré-natal.

“Acompanhamento da mulher, até mesmo o emocional, através do pré-natal, é um fator que pode diminuir o número de cesáreas. E ela, junto da família, vai saber a hora que será necessária uma intervenção. Tem pessoas que conseguem fazer isso, mas muitas outras já chegam pedindo cesáreas. Eles não sabem que tem risco de infecção, tem risco de morte para a mãe durante a anestesia, risco de asfixia para o bebê que não está preparado para o nascimento”, reforçou Melo.

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