Licor de cacau é uma das apostas da cooperativa (Foto: Dorismar Paixão/Arquivo Pessoal)
Uma comunidade do Amapá aposta na produção de derivados do cacau que é produzido naturalmente às margens do rio Cassiporé para exportação. Com uma superprodução de 42 toneladas por safra, os assentados da Vila Velha, distrito de Oiapoque, no norte do estado, criaram uma cooperativa para conseguir usar o fruto comercialmente.
Criada há dois anos, a Cooperativa Agroextrativista Cassiporé só conseguia aproveitar 1 tonelada da safra que acontece de maio a junho. Com consultoria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a comunidade profissionalizou a atividade e passou a produz licor de cacau e barras 100% do fruto.
“O licor veio como uma complementação para não perder o que a natureza produz. A gente tinha uma ideia do potencial da região há muitos anos, mas faltava a documentação disso. Essa produção do cacau existe no assentamento há 20 anos, mas é em escala pequena. Esse cacau é especial porque nasceu lá, numa área de várzea, num trecho de 36 quilômetros margeando o rio”, explicou o diretor executivo da cooperativa, Dorismar Paixão.
Área em Vila Velha produz cerca de 42 toneladas de cacau nativo por ano (Foto: Dorismar Paixão/Arquivo Pessoal)
Além de usar o cacau na alimentação das escolas do município, são 24 cooperados interessados em tornar o negócio internacionalmente conhecido, seja em uma fábrica de chocolate ou de licor. A expectativa era alavancar a ideia na safra de 2017, mas um fenômeno climático impossibilitou a comunidade de explorar o fruto.
Barras 100% cacau também são produzidas por famílias (Foto: Dorismar Paixão/Arquivo Pessoal)
Agora a aposta é aproveitar duas toneladas na entressafra que terá em novembro e 15 toneladas na safra de 2018, entre maio e junho. Também há a intenção de certificar o cacau e levar desenvolvimento para a região.
“Nós acreditamos que ele é um cacau único, porque é produzido na floresta de várzea. A natureza nos deu isso de presente. Por isso a qualidade é superior, a textura é diferente. Estamos trabalhando para gerar emprego, renda e fazer trabalho de conscientização agroecológica. Nossa intenção é chegar no mercado internacional com um cacau gourmet”, finalizou Paixão.
Cacau da Vila Velha fica em área de floresta de várzea (Foto: Dorismar Paixão/Arquivo Pessoal)
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