segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Projeto oferece aulas gratuitas de balé para crianças em habitacional de Macapá

Projeto Bailarinas do São José em Macapá (Foto: Cayton Farias/Arquivo Pessoal)Projeto Bailarinas do São José em Macapá (Foto: Cayton Farias/Arquivo Pessoal)

Projeto Bailarinas do São José em Macapá (Foto: Cayton Farias/Arquivo Pessoal)

No centro comunitário do habitacional São José, na Zona Sul de Macapá, não há barras para apoios e exercícios e nem espelhos para notar os próprios erros e corrigi-los. Mas esses detalhes não impedem que 50 crianças da comunidade, entre 2 e 14 anos, tenham aulas gratuitas de balé e busquem aperfeiçoar as técnicas aprendidas.

O projeto “Bailarinas do São José” iniciou há apenas três meses, tímido, com a intenção de espalhar conhecimento sobre a dança, mas acabou se ampliando e envolvendo os pais e a comunidade, que ajudam a comprar as roupas e as sapatilhas, nas apresentações das meninas e dos meninos em shoppings, Teatro das Bacabeiras e espaços públicos.

Sim, eles já se apresentam, e são incentivados por três jovens professores voluntários que desde 2015 desenvolvem projetos sociais de teatro e dança voltados para crianças. O coordenador é Cayton Farias, que fala com entusiasmo dos frutos desse trabalho.

“A mãe de uma criança me procurou no Facebook e perguntou se poderíamos dar aulas no residencial por um preço acessível. Ela me contou da carência do local e dos pequenos que não tinham como pagar. Fomos conhecer e nos apaixonamos. Por isso, o projeto vai muito além de aulas de balé, é um resgate de valores das famílias, tira a criança de qualquer risco social e dá a elas expectativa de buscar o melhor da vida”, fala emocionado.

Aulas acontecem no centro comunitário do habitacional (Foto: Cayton Farias/Arquivo Pessoal)Aulas acontecem no centro comunitário do habitacional (Foto: Cayton Farias/Arquivo Pessoal)

Aulas acontecem no centro comunitário do habitacional (Foto: Cayton Farias/Arquivo Pessoal)

Farias lembra que a primeira conquista foi fazer as crianças pisarem pela primeira vez no palco do Teatro das Bacabeiras, no dia 30 de Outubro, a apenas 20 dias do início das aulas.

“Elas ficaram encantadas e todos que assistiam se emocionaram. Foi um momento único e mágico. A partir disso elas começaram a ser convidadas a participarem de eventos dentro do conjunto e também nos shoppings da cidade. Nos enche de orgulho”.

Primeira conquista foi a apresentação no Teatro das Bacabeiras (Foto: Cayton Farias/Arquivo Pessoal)Primeira conquista foi a apresentação no Teatro das Bacabeiras (Foto: Cayton Farias/Arquivo Pessoal)

Primeira conquista foi a apresentação no Teatro das Bacabeiras (Foto: Cayton Farias/Arquivo Pessoal)

A mãe que levou o balé para o conjunto também é síndica de uma das quadras do residencial. Auricélia Ferreira conta que a ideia inicial era de conseguir matricular a filha, Emily, mas a possibilidade de envolver mais pessoas a empolgou.

“Com a ajuda de outros pais e maes consegui mobilizar mais crianças e fazer com que a prefeitura passasse também a apoiar a iniciativa. Na comunidade nós temos muitas pessoas ruins, que acabam levando nossos filhos para o lado do mal, mas também temos muita gente boa, e o projeto faz com que as crianças foquem no balé em vez de estarem pensando em outras coisas”, diz Auricélia.

Moradora Auricélia Ferreira foi quem levou o projeto para o São José (Foto: Auricélia Ferreira/Arquivo Pessoal)Moradora Auricélia Ferreira foi quem levou o projeto para o São José (Foto: Auricélia Ferreira/Arquivo Pessoal)

Moradora Auricélia Ferreira foi quem levou o projeto para o São José (Foto: Auricélia Ferreira/Arquivo Pessoal)

As aulas acontecem aos sábados, a partir das 10h, e Auricélia faz questão de acompanhar atenta a evolução da filha. Para Emily, de 11 anos, é a realização de um sonho.

“No meu caso eu já fazia balé, gosto de dançar desde os dois anos e eu adoro estar ali, junto com minhas amigas. A gente aprende, dança e é perto de casa, por isso é também mais seguro”, expressa a pequena bailarina.

Segundo Auricélia, em fevereiro do próximo ano vão abrir novas inscrições. Mas é bom lembrar que as aulas são exclusivas para moradores do residencial São José. Mais informações podem ser buscadas no centro comunitário do conjunto, nos horários das 8h às 12h e das 14h às 17h.

Emily Ferreira é uma das 50 alunas do projeto (Foto: Auricélia Ferreira/Arquivo Pessoal)Emily Ferreira é uma das 50 alunas do projeto (Foto: Auricélia Ferreira/Arquivo Pessoal)

Emily Ferreira é uma das 50 alunas do projeto (Foto: Auricélia Ferreira/Arquivo Pessoal)

Tem alguma notícia para compartilhar? Envie para o VC no G1 AP ou por Whatsapp, nos números (96) 99178-9663 e 99115-6081.

0 comentários:

Postar um comentário